Resumo

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Ciência sem Fronteiras : os sentidos de ciência em uma política do Estado brasileiro

Tainá Cristina Costa Lopes

Orientador(a): Mônica Graciela Zoppi Fontana

Mestrado em Linguística - 2016

Nro. chamada: TESE DIGITAL - L881c


Resumo:
O programa Ciência sem Fronteiras, iniciativa do Governo Federal Brasileiro com o Ministério da Educação e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação define como seu objetivo promover a internacionalização da ciência e tecnologia através de intercâmbios estudantis para alunos brasileiros de graduação e pós-graduação em diversos países. O programa destina-se a atender estudantes de áreas específicas, definidas nos textos e editais como prioritárias, e que são basicamente exatas, biológicas, engenharias e demais áreas consideradas tecnológicas. As Ciências Humanas, além de não aparecerem na lista de prioritárias, em alguns editais ainda são explicitamente excluídas. Fica evidente que a concepção de ciência subjacente aos editais, e ao programa em geral, é uma de modo que nem todos os campos do conhecimento podem ser assim considerados, questão que tem suscitado uma série de debates sobre a exclusão das humanas, cujos representantes reivindicam um reconhecimento da área enquanto ciência na relação com o programa e seus editais. Os debates, ao trazerem diferentes perspectivas e dizeres, colocam em evidência diferentes figuras enunciativas e que mobilizam diferentes lugares do dizer, como as autoridades responsáveis pelo programa, como o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, e seu ministro à época do lançamento do programa, Aloízio Mercadante, que reafirmam as áreas prioritárias e os motivos pelos quais o são, e os estudantes de humanas que reivindicam sua participação. Diante disso, nosso objetivo é observar quais sentidos de “ciência” vão sendo produzidos no corpus, composto de textos institucionais do site do programa; seu documento de lançamento pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; e textos de petições online do site Avaaz, e a relação desses sentidos com os sujeitos, tomando como ponto de partida a “ciência” presente no nome Ciência sem Fronteiras e seu funcionamento morfossintático e semântico-enunciativo, à luz da Semântica do Acontecimento. Dizer que a ciência, a partir do programa, é sem fronteiras, pressupõe a existência de uma ciência com fronteiras. Que ciências são essas, com e sem fronteiras? Que fronteiras são essas? Quais as relações dessas fronteiras com as línguas e, sobretudo, com as diversas áreas do conhecimento? E que sociedade se projeta a partir dessas ciências sem fronteiras?

Palavras-chave: Semântica; Ciência; Internacionalização; Programas de intercâmbio de estudantes; Estudantes universitários - Brasil.

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