Resumo

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Contribuições da psicanálise para se pensar o traço de surdez como sinal aparente em crianças autistas

Carolina Morari Mendes

Orientador(a): Nina Virgínia de Araújo Leite

Mestrado em Linguística - 2016

Nro. chamada: TESE DIGITAL - M522c


Resumo:

As questões que suscitaram esta pesquisa de mestrado surgiram durante minha atuação como psicóloga junto à equipe multidisciplinar do programa de Implante Coclear (IC) do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, entre os anos de 2006 e 2010, a partir da avaliação de uma criança autista que estava inserida em um programa de reabilitação auditiva com indicação de cirurgia de ouvido. Temos a partir da literatura médica que a criança autista apresenta uma série de características que, descritas, fazem parte de uma síndrome psiquiátrica especificamente relacionada à infância, denominada Autismo Infantil Precoce, que descreve a incapacidade dessas crianças em estabelecer relações de maneira normal com as pessoas ou as situações. Com isso desenvolvemos a discussão de que uma leitura equivocada de um quadro clínico pode induzir uma surdez sensorial a um quadro de autismo. Assim, buscamos diferenciar a criança surda, a partir dos achados da literatura da surdez, da criança autista, através de um caso clínico atendido no programa de IC. Levantamos a hipótese de que em certos tipos de autismo existe um traço de surdez como um sinal aparente que se relaciona a uma constituição subjetiva de funcionamento. Nessa perspectiva, escolhemos trabalhar com a abordagem da Psicanálise, buscando verificar na literatura do tema como esse traço de surdez aparente se apresenta nos casos de crianças autistas. Considerando a prática de reabilitação auditiva e nossas indagações sobre os autismos, tentamos responder ao que este traço de surdez seria índice. Realizamos algumas delimitações entre surdez, depressão infantil e autismo, buscando fazer as diferenciações necessárias a fim de evitar diagnósticos equivocados. Tomamos a oposição entre deficiência e posição de sujeito para evidenciar a nossa leitura clínica diante da temática dos autismos. Neste contexto, acompanharmos a hipótese lacaniana do “estádio do espelho” e da “alienação e separação”, incluindo questões referentes ao circuito pulsional e à angústia na afânise, que nos ajudam a pensar os impasses na constituição subjetiva. Contudo, para avançarmos nessas discussões observamos que existem ainda muitas outras questões que aguardam respostas, justificando a necessidade de novas investigações. Esperamos que os resultados desta pesquisa tragam contribuições às reflexões de profissionais de diversas áreas e possibilidades de tratamento e intervenção.

Palavras-chave: Psicanálise lacaniana; Psicanálise e linguística; Crianças surdas - Linguagem; Crianças autistas - Linguagem; Autismo em crianças; Surdez.

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