Resumo

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Performance e testemunho no cinema pós-64

Carlos Augusto Nascimento Sarmento-Pantoja

Orientador(a): Márcio Orlando Seligmann-Silva

Doutorado em Teoria e História Literária - 2016

Nro. chamada: TESE DIGITAL - Sa74p


Resumo:
A pesquisa analisa a produção cinematográfica brasileira em dois momentos. O primeiro corresponde aos 21 anos da ditadura civil-militar, com o intuito de demonstrar algumas formas de resistência ao regime ditatorial, no cinema. O segundo seleciona, no período de 20 anos após o fim da ditadura civil-militar brasileira, dois documentários construídos, particularmente, por testemunhos de sobreviventes da ditadura brasileira, que ora discutem seus papéis e os rumos da resistência, ora problematizam as ações revolucionarias, que levaram a derrota dos movimentos de oposição à ditadura. Este caminho historiográfico foi pensado para discutir o cinema como objeto de análise das várias formas de resistência, pelo fato de esgarçar a realidade e promover a reflexão por conta do conceito de “vida nua” (zoè), pensada por Giorgio Agamben (2002), e que claramente está presente nos filmes estudados. Nestes termos, o conceito de história repensado por Walter Benjamin (1994) e Theodor Adorno (2009), salienta o trabalho de releitura, por meio do cinema, da historiografia brasileira durante a ditadura, pois evidencia a “vida nua” desta sociedade. Após uma breve historiografia da produção fílmica brasileira, nos detemos no estudo mais apurado do documentário em busca de aproximar categorias, como documentário, trauma, memória e testemunho, esses dois últimos conceitos apoiados em Jacques Le Goff (1990), Paul Ricoeur (1995), Emile Benveniste (1969), entre outros. Detivemos-nos analiticamente na tarefa de compreender melhor o testemunho, tomando a etimologia do vocábulo e suas múltiplas associações, assim como as relações com outras formas artísticas, como a fotografia e a pintura. Movimentamos o conceito no sentido de ampliar seu uso para a análise da cinematografia relacionada ao testemunho dos sobreviventes da ditadura civil-militar brasileira. Deste ponto, procuramos compreender a constituição do documentário e sua vinculação ao conceito de performance e seus usos em algumas áreas do conhecimento. Tivemos o intuito de caracterizar o que seria o documentário performático, categoria criada por Bill Nichols (2005), e apontar possibilidades para ampliar esta classificação, pois o documentário performático enquanto modo de documentário é amplo demais e necessitaria de outras subclassificações para dar conta das especificidades dos vários tipos de documentários. Por isso, a análise do corpus da produção pós 64 nos permitiu derivações do conceito, no intuito de produzir uma melhor compreensão dos objetos estudados. Assim criamos outra forma de documentário performático com vistas ao estudo, o documentário performático heroicizante, compreendido nos filmes Que bom te ver viva (1989), de Lúcia Murat; e No olho do furacão (2003), de Renato Tapajós e Toni Venturi.


Palavras-chave: Performance (Arte); Memória no cinema; Cinema brasileiro; Documentário (Cinema); Resistência ao governo - Brasil; Brasil - História - 1964-1985.

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