Resumo

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Mídia e economia:limites, fatos e versões: o processo de privatização do governo FHC (1995-2002)

Ailton Alex Contin

Orientador(a): Maria das Graças Conde Caldas

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2015

Nro. chamada: TESE DIGITAL - C767e


Resumo:
A economia faz parte da vida de todos e ocupa um espaço importante nos meios de comunicação. No Brasil, o Jornalismo Econômico se fortaleceu no período da ditadura militar, entre 1964 e 1985, quando o Jornalismo Político sofria forte censura do regime e o desenvolvimento econômico criava novos consumidores de notícias sobre economia. Com a redemocratização do país, após 1985, a editoria de Economia manteve-se em destaque, diversificando sua cobertura para negócios, investimentos, mercado e serviços. Este trabalho tem como objetivo examinar a cobertura da mídia sobre o processo de privatização de empresas estatais durante os dois governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002. A pesquisa, de natureza qualitativa, utiliza de forma complementar dados quantitativos. Analisa quais foram e como foram narrados os fatos sobre a desestatização da Telebrás em quatro revistas brasileiras semanais de grande circulação (Veja, IstoÉ, Carta Capital e Época), considerando os fatos, as abordagens, as versões, face à importância da mídia na formação do imaginário social. O trabalho se insere nos Estudos Culturais de Stuart Hall (2004). É um Estudo de Caso múltiplos considerando o referencial teórico de Wolton (2004, 2006) e os limites entre argumentos e a manipulação da palavra (Breton, 1995). Utiliza como categorias de análise os padrões de manipulação de Abramo (2003) e os truques de manipulação da imprensa de Biondi (In: Abramo: 2003). Recorre ainda a Chomsky e Herman (2002). Os resultados comprovam a hipótese de que houve manipulação nas informações referentes ao caso de privatização da Telebrás. As quatro revistas selecionadas noticiaram, predominantemente, fragmentos e versões dos fatos, condizentes à linha editorial de cada uma das publicações apresentando discursos favoráveis à privatização (nos casos da Veja, IstoÉ e Época) ou contrários à venda da estatal de telefonia (Carta Capital). Ao deixar de apresentar as controvérsias do processo, com argumentos prós e contra a privatização, presentes na sociedade, naquele momento, as narrativas jornalísticas das revistas analisadas não contribuíram para a formação crítica e autônoma dos leitores.


Palavras-chave: Jornalismo - Aspectos econômicos; Privatização - Brasil; Comunicação de massa - Influência; Capitalismo e comunicação de massa; Análise do discurso - Aspectos políticos; Brasil - Política e governo - 1995-2002

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