Resumo

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Do 'astronomês' para o português: como acontece a comunicação entre astrônomos e jornalistas no Brasil

Giuliana Miranda

Orientador(a): Marcelo Knobel

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2015

Nro. chamada: TESE DIGITAL - M672d


Resumo:
Este trabalho tem o objetivo de fazer um “raio-x” das reportagens brasileiras sobre astronomia, astronáutica e áreas correlatas da exploração espacial a partir da ação dos três principais atores deste processo: pesquisadores, jornalistas e assessores de imprensa. Investigar o processo de produção e identificar as características subjacentes à cobertura desta temática tem particular relevância em um momento que o país está prestes a fazer investimentos bilionários para participar de grandes cooperações internacionais da disciplina, com destaque para a entrada no consórcio do ESO (Observatório Europeu do Sul) e a construção do supertelescópio GMT (Giant Magellan Telescope). Pesquisadores e imprensa do Brasil às vezes parecem falar idiomas distintos, e temas com grande impacto entre a comunidade científica têm pouco destaque ou são completamente ignorados pela mídia. Para tentar desvendar o ciclo de produção das reportagens, foram analisadas quatro instituições de importância estratégia na área: IAG-USP, Observatório Nacional, INPE e Agência Espacial Brasileira. A realização de entrevistas aprofundadas com os profissionais envolvidos teve um caráter estruturante. Optou-se por ouvir o diretor e pelo menos outro cientista de seus quadros como uma tentativa de que as respostas reflitam com mais equilíbrio a visão institucional e a realidade nos ambientes avaliados. Para completar o diagnóstico da interação, foram entrevistados também os assessores de imprensa dos institutos, que são, pelo menos formalmente, responsáveis pela mediação e a elaboração de pautas para os jornalistas. Embora a leitura dos diários impressos tenha caído nos últimos anos, eles ainda são considerados pelo público em geral como a fonte de informação mais confiável, conforme atesta a Pesquisa Brasileira de Mídia 2015. Devido à influência e ao potencial de reverberação em outros meios, a pesquisa contemplou a produção de notícias sobre astronomia e áreas afins nos três maiores jornais do país: Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e O Globo, apresentando ainda uma breve revisão do atual cenário do jornalismo científico no país, onde o noticiário sobre ciência está sendo progressivamente incorporado a editorias de abrangência mais geral. Foram entrevistados o repórter e o responsável pela edição dos três periódicos. Para uma melhor compreensão dos resultados apresentados, a dissertação está dividida em capítulos dedicados a cada um desses atores. O sexto capítulo discute as questões consideradas relevantes, comparando e posicionando as situações em um contexto mais amplo e de outras pesquisas. A investigação mostrou que, embora os cientistas afirmem que a interação com os jornalistas seja importante, a maioria não toma medidas pró-ativas para manter esse contato. Com poucos funcionários e atribuições que extrapolam suas competências, as assessorias não dão conta de fomentar essa interação. Segundo os próprios jornalistas, o noticiário acaba sobretudo calcado nas relações que eles mesmos criam com os pesquisadores, além de haver uma dependência das grandes missões estrangeiras e das revistas científicas.

Palavras-chave: Astronomia na comunicação de massa; Comunicação de massa e linguagem; Jornalismo - Brasil; Divulgação científica - Brasil; Pesquisadores - Brasil; Jornalistas - Brasil; Assessores de imprensa - Brasil

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