Resumo

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Casa da Cultura Digital : reflexões e ideias que circulam entre trabalho, cultura e ideologia

Sarah Costa Schmidt

Orientador(a): Rafael de Almeida Evangelista

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2015

Nro. chamada: T/UNICAMP - Sch56c


Resumo:
Especialistas e ativistas da web apontam o ano de 2003 como um momento em que houve uma mudança de cenário para a cultura pensada no âmbito do digital no Brasil. Naquela época, o cantor e expositor da Tropicália Gilberto Gil assumia o cargo de Ministro da Cultura e trazia consigo ativistas digitais. Nesse contexto, o termo "cultura digital" ganhou força política. Boa parte das discussões acerca do tema circulou pelo ambiente da primeira Casa da Cultura Digital (CCD) criada no Brasil, ainda em 2009, na cidade de São Paulo. A CCD, definida por alguns de seus membros como "uma rede", "uma ideia", um "laboratório de vivências" e uma "incubadora de redes político-culturais", abrigou coletivos culturais, ativistas, jornalistas e hackers em torno de valores, ideais e utopias comuns em um mesmo espaço de trabalho/convivência/debates. A ideia das casas se espalhou e, nos anos seguintes, foram criadas Casas da Cultura Digital nas cidades de Porto Alegre (RS), Belém (PA) e Campinas (SP), Vila Velhas (ES) e Fortaleza (CE), ao passo que cada uma delas tem características próprias e não são espelhos da primeira. A presente pesquisa realiza uma etnografia das ideias da CCD de São Paulo, a casa embrionária, com o objetivo de apontar confluências, relações e filiações que transpassaram o ambiente desta rede. Sob a luz de Barbrook e Cameron (1998) e Turner (2006), esta dissertação procura mostrar, também, as influências dos ideais da geração digital do Vale do Silício, e de que forma essas ideias são apropriadas e ressignificadas quando chegam ao Brasil, sob o recorte da Casa da Cultura Digital. Os membros da CCD ainda se mostram como formadores de opinião sobre a ideia da própria cultura digital no País, mediante a relação direta com o Ministério da Cultura. Ainda, a utopia (Harvey, 2006) se mostra como o fio-condutor das ações dentro da casa. Todos esses movimentos mostram a busca de uma geração, nascida nos anos 1980, em sua maioria, que compartilha um otimismo pelo digital e está em busca de meios de trabalho que fujam do capitalismo industrial, criando um espaço em que opções neoliberais, como o modelo empresa, se cruzam com anseios e a busca por realizações, projetos e transformações sociais. Essas confluências poderiam ser alcançadas se a própria vida fosse colocada e vivida em laboratório e experimentação.

Palavras-chave: Casa da Cultura Digital. Cibercultura.

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