Resumo

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Não é fácil ter um corpo - o estrangeiro : um percurso do imaginário especular à topologia

Tânia Maron Vichi Freire de Mello

Orientador(a): Nina Virgínia de Araújo Leite

Doutorado em Linguística - 2014

Nro. chamada: T/UNICAMP - M489n


Resumo:
A prática da psicanálise implica questões diversas para a teoria - diagnóstico, formalização da experiência psicanalítica e sua transmissão, entre outras -, que convocam a interlocução entre diferentes campos do saber - linguística, literatura, matemática, a topologia, e outras. O início do ensino de Lacan é marcado pela elaboração do registro do imaginário. Em o Estádio do Espelho, ele marca um momento lógico da constituição do sujeito, em que o infans reconhece como própria a sua imagem refletida. Tal imagem fixa-se em uma imago que poderá se constituir a matriz simbólica em que o eu (je) se precipita numa forma primordial, identificação alienante que que medeia sua percepção da realidade e sua relação com ela. Desde então, lida-se com um corpo visto, que é especular e outro, separado, que é experimentado. O objeto, por sua vez, a princípio, é igualmente concebido como especular. Essa noção é revista ao longo do ensino de Lacan, num percurso que vai do especular ao não especular. Em A angústia, esse desenvolvimento resulta na invenção do objeto a, não especular, também considerado, mais adiante, como pulsional e parcial. A topologia tem papel fundamental nessa passagem. O imaginário não especular liga-se ao real e ao simbólico. Em RSI, Lacan demonstra, com o nó borromeu, como a ligação entre registros se faz pela consistência destes. O nó é uma escrita que dá a medida comum entre os registros, ou elos. Se um se solta, soltam-se os demais. Pensar em termos de topologia permite-lhe avanços no conceito de inconsciente bem como a elaboração de nova possibilidade de leitura do signo linguístico de Saussure. Pela leitura da obra de Joyce com base na topologia, Lacan elabora o sinthoma, como quarto elo que amarra os anéis do nó de três formado por R, S e I, no mesmo local em que ocorre seu lapso. O lapso do nó é fundamental tanto para a teoria como para a prática psicanalítica. Pelo modo como se dá o desatamento e o reatamento do nó, pode-se caracterizar um sujeito como neurótico ou psicótico, por exemplo. Essas constatações implicam consequências importantes para a teoria e a prática psicanalíticas, principalmente nos casos em que a classificação entre neurose e psicose torna-se mais difícil, por exemplo, pela ausência de fenômenos elementares. Tal importância se evidencia na discussão de um caso clínico, em que se pode sustentar o desencadeamento parcial de uma psicose, mais especificamente, de uma esquizofrenia

Palavras-chave: Psicanálise. Topologia. Sinthome. Esquizofrenia.

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