Resumo

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Clivadas e pseudo-clivadas na história do português : uma análise diacrônica das estruturas de foco e implicações da gramática v2.

Damaris Matias Silveira

Orientador(a): Charlotte Marie Chambelland Galves

Mestrado em Linguística - 2014

Nro. chamada: T/UNICAMP - Si39c


Resumo:
Esta pesquisa investiga diacronicamente as sentenças utilizadas para focalizar constituintes sintáticos, as Clivadas e Pseudo-clivadas, sob o ponto de vista da Gramática Gerativa, através de 16 textos do Corpus Histórico do Português Anotado Tycho Brahe. Tais sentenças caracterizam-se pelas sequências Cópula+Foco+que+IP (clivadas canônicas) e SentençaWh+Cópula+Foco (pseudo-clivadas canônicas). Porém, outras sentenças de mesma sequência podem ser confundidas com clivadas e, por isso, apresentamos uma série de requisitos para que tais sequências sejam analisadas como resultado do recurso da clivagem. O período considerado para a busca dessas sentenças é o que se estende do século 16 ao19, indo do Português Clássico ao Português Moderno e incluindo a fase transição entre os dois períodos. Seguindo a argumentação de diversos autores, assumimos que, até o momento dessa transição, o Português tem um funcionamento de língua V2, ou seja, licencia o movimento do verbo para uma posição alta na periferia esquerda da sentença (Cf. Torres Moraes (1995), Galves (1997), Paixão de Sousa (2004), Galves, Brito e Paixão de Sousa (2005), Cavalcante, Galves e Paixão de Sousa (2010), Gibrail (2010), Antonelli (2011), Galves e Gibrail (2013) e Galves e Paixão de Sousa (2013)). De acordo com Kato e Ribeiro (2005), Kato e Ribeiro (2006) e Kato (2009), o padrão Canônico de Clivadas inexistia no período em que o Português era uma gramática V2, por restrição desse sistema gramatical. Para as autoras, este é o único padrão incompatível com V2. Porém, o licenciamento de estruturas V1 nesse período nos leva a questionar tal restrição, uma vez que sentenças clivadas são estruturas V1. O que fazemos neste estudo é, portanto, sintetizar tanto as características sintáticas dessas construções quanto as do sistema gramatical dos períodos relevantes, observar a ocorrência das estruturas clivadas nos textos do corpus e, por fim, traçar um paralelo analítico entre esses pontos, buscando apresentar evidências de que a ausência das clivadas canônicas não ocorre por restrição para seu licenciamento, mas por opção do falante, uma vez que a sua língua disponibiliza outro recurso gramatical de focalização.

Palavras-chave: Linguística histórica. Mudanças linguísticas. Gramática gerativa. Lingua portuguesa - Verbos. Língua portuguesa - Análise sintática.

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