Resumo

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Sujeito nulo e ordem VS no português brasileiro : um estudo diacrônico-comparativo baseado em corpus

Aline Peixoto Gravina

Orientador(a): Charlotte Marie Chambelland Galves

Doutorado em Linguística - 2014

Nro. chamada: T/UNICAMP - G789s


Resumo:
Nesse trabalho foi elaborado um estudo comparativo-diacrônico a respeito do uso do sujeito nulo e da inversão do sujeito no PB e no PE, a partir de um corpus composto por jornais que circularam na primeira e segunda metade do século 19 e na primeira metade do século 20 nas cidades de Ouro Preto no Estado de Minas Gerais/Brasil e na cidade de Évora no Distrito de Évora/Portugal. Os jornais utilizados para este estudo foram os seguintes: O Recreador Mineiro (1845 ¿ 1848); O Jornal Mineiro (1897 ¿ 1900) e Tribuna de Ouro Preto (1945 ¿ 1948) no Brasil e A Illustração luzo-brasileira (1856-1858); O Manuelinho de Évora (1890-1898) e Notícias de Évora (1945-1948).Para efetuar as descrições dos fenômenos estudados, foram analisadas mais de 14 mil sentenças desse corpus. Nosso objetivo nesta tese foi o de averiguar e descrever a relação entre o sujeito nulo e a inversão do sujeito na diacronia do PB, através de um estudo comparativo com dados do PE. Para respaldar e explicar a relação entre esses fenômenos, seguimos os pressupostos apresentados por Holmberg (2010) a respeito da presença/ ausência de traços-D não interpretáveis em T para as línguas de sujeito nulo consiste e para as línguas de sujeito nulo parcial, respectivamente. Os resultados quantitativos mostraram que a gramática do PB teria sofrido uma mudança no que diz respeito ao uso de sujeito nulo: perdido a característica de uma língua de sujeito nulo consistente e adquirido propriedades de uma língua com sujeito nulo parcial. Verificou-se nos dados um alto preenchimento do sujeito com o decorrer do tempo por meio de uma estratégia que denominamos de Sujeito Lexical Anáforico. A mudança de gramática de sujeito nulo entre o PB e o PE foi constatada em nossos dados à medida que o número de sujeito nulos encontrados em PE permaneceu com alta porcentagem e constante em todos os períodos e ambientes sintáticos analisados . Além disso, o PE não apresentou qualquer necessidade de uso de estratégias de preenchimento como foi atestado em PB. A realização do sujeito nulo com primeira pessoa apresentou um comportamento diferenciado do sujeito nulo de terceira pessoa nos dados do PB, o que reforça a hipótese de o PB ser uma língua de sujeito nulo parcial. Em relação à inversão, quantitativamente, não foram encontrados diferenças no número de suas realizações. Observou-se que tanto em PB, quanto em PE a inversão com verbos inacusativos é um ambiente produtivo. Embora, no PB, observou-se que preferencialmente esta ordem ocorre com algum elemento locativo preenchendo a posição anterior ao verbo. Com verbos transitivos, para o PB nossas análises vão ao encontro do trabalho de Pilati (2002;2006), foi observada uma maior ocorrência da ordem VOS e a interpretação dessa inversão é que além de se ter um objeto menos referencial, toda a sentença é a informação nova na sentença, ou seja, toda sentença é focalizada. A consequência dessa análise para a derivação é a de que todos os elementos estejam em uma posição mais alta. Diferentemente do PE, que na ordem VOS tem a interpretação de foco apenas no sujeito. A consequência para derivação é que o objeto faz um movimento via scramblig para uma posição intermediária no TP e assim produzir a ordem VOS em posição mais baixa que o PB.

Palavras-chave: Sujeito nulo. Inversão sujeito-verbo. Linguística histórica.

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