Resumo: O presente trabalho busca apresentar a obra de André Schwarz-Bart, o Último dos Justos, publicado em 1959, e as formas como a memória e a violência nela se inscrevem. Começamos por analisar quais são as formas de violência que o romance contempla, todas elas ligadas à história das comunidades judaicas da Europa e as perseguições por elas sofridas nos séculos que o romance pretende abordar. Além das perseguições, expulsões e massacres, outras formas de violência são abordadas, como as relações de trabalho. Também foram analisadas as formas como o romance constrói seus cenários e personagens e como eles se ligam à lenda dos Lamed-vav e à história dos judeus europeus desde a Idade Média até a Segunda Guerra Mundial. Os problemas da recepção do romance que se ligam ao período histórico conturbado pelo qual a França passava na década de 1950 também foram abordados, uma vez que, tanto o livro quanto seu autor estiveram no meio de acusações de plágio, falsificação histórica e desconhecimento do judaísmo ao mesmo tempo em que foi acolhido como um dos maiores romances franceses do século. Procuramos também demonstrar a atualidade do romance tendo em vista seu caráter universal que extrapola a questão judaica e da Shoah.
Palavras-chave: Schwarz-Bart, André,1928-. O último dos justos - Crítica e interpretação. Holocausto judeu (1939-1945) na literatura. Holocausto judeu (1939-1945). Memória. Violência.