Resumo

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Andar a pé em Campinas : o pedestre no limiar entre o público e o privado. Uma análise discursiva

Maria Gracinda Salvador Ferreira

Orientador(a): Carolina Maria Rodríguez Zuccolillo

Mestrado em Linguística - 2013

Nro. chamada: T/UNICAMP - F413a


Resumo:
Nossa pesquisa se inscreve na perspectiva teórico-metodológica da Análise do Discurso materialista, na área Saber Urbano e Linguagem, e tem como objetivo compreender o movimento nas calçadas da cidade de Campinas, vistas como objetos de discursos e afetados pelas fronteiras entre o público e o privado. Para tanto, tomamos a cidade como objeto de análise, considerando-a como um lugar simbólico que produz sentidos, a partir de sua materialidade peculiar, conceito que afeta tanto o campo dos estudos da cidade quanto o do discurso. Nossa questão, aqui, é a de que há uma linha tênue de fronteira entre público e privado nas (novas) práticas das calçadas, diante dos obstáculos que aparecem nesses espaços, destinados ao pedestre, à sua mobilidade e movimento, redefinindo, hoje, seus modos de ocupação e de circulação. Procuramos refletir e discutir de que maneira as contradições e transformações sócio-históricas, relacionadas a esse par público/privado, podem ser fatores relevantes no estudo das produções de um determinado espaço urbano, tanto do ponto de vista de sua composição arquitetural quanto da mobilidade e da experiência cotidiana dos cidadãos. Para tanto, foi necessário determinar a natureza da relação entre linguagem/sujeito/mundo, entendendo este último como espaço de vida numa forma histórica, a cidade, entre outras possíveis para ele. Assim, estudar a cidade como espaço simbólico, constituído pela linguagem, nos levou a atribuir à materialidade da língua um estatuto central na decorrência de que sujeito, sentidos e espaço resultam do mesmo processo simbólico e que existe entre eles uma relação constitutiva. Trabalhar nessa dimensão nos permitiu analisar a produção do espaço como um processo articulado entre os que o concebem e administram, bem como os que percebem esse mesmo espaço, suas ambiências, nas relações cotidianas, nas suas experiências de locomoção, no nosso caso, as calçadas, todos inscritos numa memória comum que relaciona, na contradição, todos os gestos que participam de sua produção. Considerando todas as contradições que envolvem esse recorte urbano, que já é um recorte da rua, percebemos que a alguns lhes é permitido utilizar e usufruir deles, até mesmo com a permissão dos aparelhos do Estado, a outros, lhes é interditado, não restando senão um canto qualquer debaixo de uma marquise ou a inevitável opção de se projetar para a rua, para a avenida, concorrendo com os automóveis, para poder caminhar e seguir ao seu destino, pois as calçadas surgem interditadas àquele que, de direito, deveria usufruir delas. Palavras-chave: Cidade, Calçadas, Análise do discurso, Saber urbano e linguagem, Ambiências Urbanas.

Palavras-chave: Áreas de pedestres - Campinas (SP). Calçadas. Análise do discurso. Linguagem. Espaço urbano.

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Campinas - SP - Brasil
CEP 13083-859

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