Resumo: O presente trabalho propõe sustentar teoricamente uma diferença mínima entre negação como mecanismo de defesa e negação gramatical/linguística na análise de um caso clínico. A estratégia adotada foi a de trazer esse caso convocando para sua discussão teorias linguísticas e psicanalíticas. Nesse sentido, diferenciar caso de vinheta clínica a partir do conceito de não - todo de Jacques Lacan foi determinante para a escolha de percurso realizada, para que a divisão do sujeito pelo inconsciente e seus efeitos para uma transmissão pudessem ser contemplados. O "não saber ler", demanda da paciente que levou à indicação de um tratamento, foi problematizado levando em conta os conceitos de sintoma e inibição na sua relação com a função intelectual e o processo afetivo freudianos. As considerações finais apontam para o que se escreve e o que não se escreve na/da clínica, quando se analisa um relato de caso.
Palavras-chave: Lacan, Jacques, 1901-1981. Escrita - Estudo de casos. Negação (Linguistica). Negação (Psicanálise).