Resumo

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Da aldeia para a cidade : processos de identificação/subjetivação do índio Xavante na cidade de Barra do Garças/MT, alteridade irredutível?

Agueda Aparecida da Cruz Borges

Orientador(a): Mônica Graciela Zoppi Fontana

Doutorado em Linguística - 2013

Nro. chamada: T/UNICAMP - B644d


Resumo:
Esta pesquisa é resultante dos estudos que desenvolvi desde o projeto “Arte, discurso e prática pedagógica”, CNPq/2003, sobre presença/frequência indígena Xavante no espaço da cidade de Barra do Garças-MT, tomada como objeto exemplar de alocação de sentidos da discursividade que faz funcionar a contradição constitutiva, que a cidade funda, materializando o modo de ocupação negada. Assim, no batimento conformado no processo discursivo, que é o procedimento metodológico exigido pela Análise de Discurso de base materialista, na qual me fundamentei, busquei compreender como se subjetiva esse sujeito que está/frequenta a cidade, mas que no discurso deveria permanecer na aldeia, voltar a ser o que era ou, até mesmo, morrer. Tratar essa questão discursivamente é dar visibilidade para a produç&at ilde;o da ilusão de objetividade e evidência de uma realidade, de um referente, como se um sentido já estivesse lá: como se o lugar ocupado pelas pelos indígenas nas ruas, calçadas de Barra do Garças, significassem, a priori. Os materiais heterogêneos que compõem o “corpus” mostram a dificuldade que o discurso do urbano tem em lidar com aquele que ocupa o espaço planejado para outra finalidade, não enxergando a rua como um lugar de transbordamento do social, que reflete e faz funcionar a ordem própria da cidade. Esse é mais um modo de disfarçar os sentidos que produzem e reafirmam a explosão do social no espaço urbano. Constatei que esse lugar os interpela a subjetivar-se, a significar-se e produzir sentidos; mesmo pertencendo à unidade positiva do direito (todos são iguais perante a lei), o sujeito, quando colocado em relação a ela, identifica-se com o que está fora dela, como aquele que pertence/não pertence ou é um PROBLEMA, uma QUESTÃO a ser resolvido(a). Analisamos, por exemplo, que o preconceito não atinge a memória indígena e que mesmo interpelados pela formação social capitalista, os Xavante concorrem com a formação social indígena, se inscrevendo entre uma e outra formação discursiva no terreno movediço do ir e vir da aldeia para a cidade. Ao final da pesquisa esperamos que os fenômenos marcados discursivamente, possam servir para o debate em torno do papel das instituições superiores sobre a responsabilidade na elaboração, por exemplo, de políticas educacionais que contemplem o caráter contraditório do sujeito, que, marcado pela incompletude, anseia pelo desejo de ser inteiro, uno.



Palavras-chave: Análise do discurso. Ideologia. Espaço urbano. Índios Xavante. Barra do Garças (MT).

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