Resumo

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A geometrização do dizer no discurso do infográfico = The geometrification of language in the infograph discourse

Silvia Regina Nunes

Orientador(a): Suzy Maria Lagazzi Rodrigues

Doutorado em Linguística - 2012

Nro. chamada: T/UNICAMP - N922g


Resumo:
A pesquisa se inscreve na área da Análise de Discurso materialista e tem como objetivo a compreensão do funcionamento do infográfico nas suas formas impressa e eletrônica. A inquietação sobre os diferentes modos de leitura na contemporaneidade, que são condicionados pela circulação de materiais formulados a partir da relação entre diferentes elementos significantes, tais como a imagem, o som e a palavra, fundamentou a produção da pergunta que orienta esta pesquisa: como a leitura se organiza na textualidade espaço-temporal do discurso do infográfico? Refletimos sobre o discurso da informação e o modo como foram se constituindo, historicamente, efeitos de evidência sobre a necessidade de se informar. Compreendemos a emergência de um efeito de necessidade sobre "certa" forma de formulação para a informação que seria sustentada no efeito de evidência da estatística, do numérico. Historicizamos a constituição da infografia e apresentamos o modo como a relação entre a constituição da informação e também da informática administra sentidos para a constituição de um discurso (do) infográfico. Fizemos um trajeto pelos discursos sobre o infográfico e demos visibilidade ao modo como uma administração de sentidos sobre seu modo de formulação e circulação são determinantes para a produção de práticas de leitura sustentadas na rapidez-velocidade, no esquemático. Mostramos que o discurso sobre o infográfico mobiliza uma concepção de língua instrumental para a sustentação de um efeito de eficácia comunicativa deste objeto. Demos visibilidade a um efeito de leitura que designamos como zig zag e funil, visto que há uma organização dos elementos significantes que demanda uma leitura em ir e vir sobre o objeto analisado, um deslocamento do olhar entre estes elementos. Apresentamos como a produção de uma posição-sujeito leitor da informação infografada se constitui na relação com a textualidade infográfica. A compreensão das análises nos levou a visualizar a produção de, pelo menos, três efeitos de sentidos que se materializam simultaneamente no discurso do infográfico: o efeito de relevância, o de síntese e o de ordenação. Tais efeitos foram determinantes para darmos visibilidade ao movimento de esquematização, um duplo movimento que abriga estabilidade e deslocamento, ou seja, um ritual que administraria os modos de leitura, contudo passível de ser quebrado pela força material das relações históricas de produção dos sentidos. Apreendemos a constituição de uma geometrização do dizer no discurso do infográfico, marca fundante da ideologia da informação e reiterada nos efeitos constituídos no movimento de esquematização. Contudo, a geometrização do dizer designa também a abertura dos sentidos, funcionando como uma rede de relações heterogêneas que possibilitaria práticas de leitura em espiral. A relação entre informação-infografia, atravessada institucionalmente pelo discurso jornalístico, mostra a produção de efeitos de sentidos de produto para a informação, e circulando como sendo um produto, inevitavelmente, fica apagado seu tenso processo histórico de constituição, visto que a relação com o consumo, com a propriedade e com o consenso está fundada neste movimento. Marcado pelo determinismo informacional, o infográfico marca e mostra um específico modo de leitura, contudo, nesse mesmo movimento, esbarra no devir da abertura dos sentidos.

Palavras-chave: Comunicação - Métodos gráficos. Análise do discurso. Movimento. Informação - Imprensa.

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