Resumo

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Entre aprender e ensinar língua(s) estrangeira(s): (re)construindo identidades = Between learning and teaching foreign language(s) : (re)building up identities

Lígia Francisco Arantes de Souza

Orientador(a): Maria José Rodrigues Faria Coracini

Mestrado em Linguística Aplicada - 2012

Nro. chamada: T/UNICAMP - So89e


Resumo:
Pretendemos, neste trabalho, a partir do referencial teórico da Análise de Discurso, tecer problematizações sobre a constituição identitária de professores brasileiros de línguas chamadas estrangeiras, a partir da análise das representações de língua, de professor, aluno e de ensino-aprendizagem que emergem em seus dizeres. A hipótese que norteia esta pesquisa é a de que a constituição identitária do professor brasileiro de línguas estrangeiras é construída, predominantemente, por representações que indiciam processos de identificação imaginária. Para tanto, analisamos recortes discursivos selecionados de entrevistas orais com professores brasileiros de língua inglesa, espanhola e francesa, buscando, na materialidade discursiva, traços da constituição identitária desses professores, levando em conta o contexto da (pós-) modernidade em que estão inseridos. Objetivamos com esta pesquisa, que se insere na Linguística Aplicada, na área de língua estrangeira, e mais especificamente na linha de pesquisa "subjetividade e identidade, desconstrução e psicanálise", contribuir para a discussão em torno da formação de professores de línguas estrangeiras, a partir da problematização das consequências do contato com uma língua dita estrangeira na identidade do sujeito. Da análise dos registros foi possível depreender que, no dizer sobre a prática, se entretecem as experiências vividas pelos entrevistados como alunos, de forma que o processo identitário do professor se dá a partir das representações de professor (e de aluno) e de ensinar-aprender que são construídas ao longo da vida, por meio de identificações imaginárias. Observamos também que a representação de aluno, no dizer dos entrevistados, constrói-se com referência a si mesmo, o que sugere o efeito de sentido (e/ou o desejo) de homogeneidade, como se todos os alunos fossem iguais e aprendessem da mesmo maneira. Percebemos que o dizer dos entrevistados sobre a prática está perpassado pelo desejo do controle e da completude, o professor é dito como o principal responsável pelo ensino-aprendizagem; no entanto, além de construir verdades, os entrevistados também (ex)põem, durante a entrevista, suas angústias e medos e discorrem sobre a prática frequentemente como uma tentativa. Concluímos que a formação do professor não deve ser considerada como fechada em um determinado período, pois as identificações acontecem ao longo da vida, e constroem as indissociáveis representações de língua, ensino-aprendizagem, professor e aluno, o que interfere diretamente na prática e nos dizeres sobre a mesma.

Palavras-chave: Linguagem e linguas - Estudo e ensino; Professores - Formação; Identidade; Discurso.

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