Resumo: O Haiti e a Luisiana são ligados por vários paralelos sociohistóricos. Ambos sofreram colonização francesa e espanhola, sendo mais marcados pela primeira. Nos dois lugares foi implantada a economia plantation na qual a mão-de-obra era de escravos do oeste da África. A organização social e demográfica resultante - isto é, uma população majoritariamente escrava e linguisticamente diversa que tinha contato limitado com os senhores franceses - levou à formação de dois crioulos franceses distintos e estruturalmente parecidos. Contudo, apesar dessas semelhanças do período colonial, atualmente, o crioulo haitiano é o crioulo mais falado do mundo e o crioulo da Luisiana está moribundo. Neste trabalho, examinam-se quais foram os motivos sociohistóricos do período pós-colonial que resultaram nessas duas realidades contrastantes, tratando da política linguística, especificamente a legislação linguística, a padronização e a educação, e de questões acerca de atitudes linguísticas, além de considerações mais práticas - geográficas e socioeconômicas - envolvidas na formação da vitalidade de uma língua.
Palavras-chave: Crioulos - Haiti. Crioulos - Louisiana (Estados Unidos). Atitudes linguísticas. Politica linguistica. Sociolinguística.