Resumo

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Alterações de linguagem nas epilepsias : um estudo neurolinguístico

Danielle Patrícia. 1986- Algave

Orientador(a): Rosana do Carmo Novaes Pinto

Mestrado em Linguística - 2012

Nro. chamada: T/UNICAMP - AL32a


Resumo:
Considerações sobre o efeito da epilepsia na linguagem
Fundamentação Teórica: A epilepsia é o transtorno neurológico mais comum na população (acometendo principalmente crianças e jovens) e um dos mais estudados ao longo da história das neurociências. É caracterizada por uma hiperatividade dos neurônios e circuitos cerebrais e se manifesta por crises espontâneas e recorrentes, convulsivas ou não, originadas por descargas elétricas parciais ou generalizadas no cérebro, excessivas e repentinas e que levam a alterações do comportamento (CYTOWIC, 1996 e SILVA & CAVALHEIRO, 2004). Diferem de acordo com a região acometida impactanto aspectos psicológicos, sociais e culturais ao longo de sua vida (GUERREIRO, 1993, p.11 apud MOREIRA, 2004; FERNANDES e SOUZA, 2004, p.115 apud FERNANDES & MIN, 2008). Dentre as principais alterações de linguagem descritas na literatura, destacamos as dificuldades para encontrar/selecionar palavras , a produção de parafasias lexicais e semânticas, além de dificuldades nos processos de leitura e escrita, podendo acarretar atrasos na aquisição de linguagem e dificuldades de aprendizagem que repercutem no desenvolvimento cognitivo como um todo (VYGOTSKY, 2004), sobretudo na infância, o que demanda uma atuação clínica efetiva. Há casos em que os efeitos da epilepsia sobre a linguagem são mais severos e vão além do momento das crises, podendo ocasionar o que se caracteriza na literatura como afasia epiléptica adquirida ou Síndrome de Landau-Kleffner, além de alterações de comportamento e no mecanismo da atenção. O estudo das alterações de linguagem provenientes da epilepsia pode contribuir significativamente para a compreensão de aspectos da organização semântico-lexical e para a discussão de condutas terapêuticas. O fato de esta pesquisa discutir as alterações de linguagem à luz dos pressupostos teóricos e metodológicos da Neurolingüística Discursiva, faz toda a diferença para a reflexão do tema, uma vez que busca diálogos entre as descrições neuropsicológicas e neurofisiológicas da epilepsia – considerando tudo o que se descobriu sobre a doença até a atualidade - e as abordagens sócio-culturais tanto de cérebro (VYGOTSKY, 1984, 1987, 1995, 2004; LURIA, 1970, 1973/1981, 1984, 1987), quanto de linguagem (BAKHTIN, 1995, 1997; COUDRY, 1986/88, 1995, 1996, 2002; FRANCHI, 1977/1992). Objetivos: O trabalho nesta apresentação é (i) discutir as principais questões teórico-metodológicas que orientam a pesquisa, enfatizando a importância de análises qualitativas na área e (ii) apresentar os resultados referentes aos sujeitos participantes da pesquisa enfatizando os efeitos da epilepsia na linguagem e na aprendizagem. Aspectos metodológicos: Foram acompanhados, individualmente, dois jovens em idade escolar, em sessões semanais, vídeo-gravadas e posteriormente transcritas. Foram também analisadas algumas produções escolares anteriores ao início da pesquisa e realizadas entrevistas com o familiar responsável pela criança. Conclusão: Com base nos casos acompanhados nesta pesquisa foi possível verificar que as dificuldades linguístico-cognitivas estão intimamente relacionadas com a idade de início das crises, o tipo de crise e o local acometido e interferem de maneira significativa na vida dos sujeitos com epilepsia. Apontamos a necessidade de se abordar as questões da linguagem em seu uso efetivo, bem como a importância do papel do profissional comprometido com a questão da qualidade de vida, capaz de compreender o funcionamento linguístico com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento cognitivo.





Palavras-chave: Neurolinguística discursiva. Epilepsia. Distúrbios da linguagem.

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