Resumo: Este trabalho propõe-se a analisar a avaliação que os romances de José de Alencar receberam da crítica ao longo dos séculos XIX e XX, atentando para um aspecto que permeou o julgamento de valor de seus romances: a representação de seu leitor. Esta pesquisa deteve-se, sobretudo, na recepção crítica publicada na imprensa periódica do século XIX (mais precisamente a partir de 1857 até o final do século) e nas mais relevantes histórias literárias do século XX. Na recepção crítica do século XIX, foi possível identificar que os críticos, quando buscavam prestigiar a obra do romancista, caracterizavam o seu leitor de forma lisonjeira, mas quando objetivavam atacar as suas obras, o seu leitor recebia uma caracterização pejorativa. Essa forma de atribuir valor aos textos a partir da caracterização do leitor também se fez presente nas histórias literárias, que empreenderam uma hierarquização dos escritos de Alencar, de acordo com sua maior ou menor adesão ao que os historiadores imaginavam ser um leitor de prestígio.
Palavras-chave: Alencar, José de, 1829-1877 - Crítica e interpretação. Ficção brasileira. Leitores. Imprensa. Crítica.