Resumo: As duas principais obras literárias que contaram com a autoria de Patrícia Galvão (1910-1962) – Parque Industrial (escrita sob o pseudônimo de Mara Lobo e publicada em 1933) e A Famosa Revista (elaborada em parceria com Geraldo Ferraz e publicada em 1945) – apresentam preocupações relativas tanto à experimentação estética quanto ao engajamento político. Apesar de importantes para a discussão da concepção do papel da literatura no âmbito da História Literária brasileira, esses dois títulos ainda carecem de fortuna crítica. Nesse sentido, este trabalho tem o objetivo de apresentar, como contribuição, estudos de Parque Industrial e A Famosa Revista. Os dois primeiros capítulos da dissertação se concentram em leituras distintas dos livros, que se baseiam na relação que os materiais de Arte têm com a História. Teorias da Literatura e de outras áreas das Ciências Humanas foram usadas como aparato teórico quando se mostraram importantes para o entendimento dos textos.
O terceiro capítulo consiste na análise, à parte, da constituição das personagens dos livros em questão, a partir da relação que mantêm com a categoria do Público e Privado e com a estrutura geral das obras. Trata-se de um estudo dissociado, mas que pode se somar aos capítulos precedentes. Embora a coautoria de Geraldo Ferraz tenha sido devidamente considerada no estudo que se fez sobre A Famosa Revista, mostrou-se imprescindível para a pesquisa o livro Paixão Pagu – a autobiografia precoce de Patrícia Galvão (organizado por Geraldo Galvão Ferraz, o filho do casal de autores, e publicado em 2005), uma vez que apresenta os diferentes posicionamentos políticos e momentos da vida da escritora na época de escrita de Parque Industrial e A Famosa Revista.
Palavras-chave: Galvão, Patricia, 1910-1962. Parque Industrial – Crítica e interpretação Ferraz, Geraldo. A Famosa Revista – Crítica e interpretação. Galvão, Patricia, 1910-1962. Paixão Pagu – Crítica e interpretação