Resumo

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Diálogos Miméticos entre Sêneca e Shakespeare : As Troianas e Ricardo III

Régis Augustus Bars Closel

Orientador(a): Suzi Frankl Sperber

Mestrado em Teoria e História Literária - 2011

Nro. chamada: T/UNICAMP - C624d


Resumo:
A presente dissertação tem por objetivo propor um diálogo entre duas obras dramáticas de grande significância, Ricardo III e As Troianas, no cânone de seus autores, respectivamente, William Shakespeare (1564 - 1616) e Lúcio Aneu Sêneca (4 a.C – 65 d.C). A premissa inicial é a relação tradicional entre ambos, que atribui ao tragediógrafo elisabetano uma influência textual, temática e estilística originária do filósofo e tragediógrafo latino. Para o estudo dessas relações, limitadas ao escopo de duas obras, o trabalho foi dividido em três partes. No primeiro capítulo é realizado um percurso sobre toda a historiografia da crítica da influência que Sêneca teria exercido sobre os dramaturgos que escreveram durante a segunda metade do século XVI, na Inglaterra. Observa-se, principalmente, como a visão e a metodologia de se tratar o tema da influência se altera, ao longo dos anos, chegando, por exemplo, a ser negada por alguns críticos durante certo tempo, além da observação do delineamento do próprio objeto. Toma-se o cuidado, durante todo o trabalho de não fazer opção a favor ou negar a presença de Sêneca para não incorrer em extremismos. No segundo capítulo, busca-se, com base nos resultados do primeiro capítulo, a leitura histórica dos elementos temáticos e estilísticos lidos como derivados de ou influenciados por Sêneca. Neste ponto distancia-se de um campo de discussão crítica de um fenômeno para um campo de crítica histórico-literária e os objetos focados são exatamente aqueles que anteriormente foram levantados como 'senequianos'. No terceiro capítulo, conhecida a história da influência e tendo sido feita uma gama de opções e leituras sobre a época de Shakespeare, os itens mais marcantes das relações entre ambos, inicia-se a leitura das duas obras. Tal abordagem preambular se fez necessária para que houvesse um embasamento tanto da crítica da discussão da influência, como da leitura histórica que produziu Ricardo III. Foi feita a opção de seguir com a leitura de René Girard sobre os conceitos de Teoria Mimética e Crise de Diferenças, pois tocam em noções basilares do mundo Elisabetano, apresentando, portanto, uma atmosfera na qual os diálogos poderiam situar relações de aproximação e afastamento entre a dupla de obras escolhida. Observa-se uma leitura mítica, muito rica politicamente, ao trabalhar com a história/mito conhecidos por ambas as obras.



Palavras-chave: Shakespeare, William, 1564-1616. Sêneca, ca.4a.C.-ca.65d.C.. Girard, René, 1923- Crítica e interpretação. Era elisabetana. Teatro ingles (Tragedia)- Influências romanas.

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