Resumo

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Sentidos resolvidos na Revista Piauí : ( a intersecção da linguagem literária e jornalística)

Marina Lee Colbachini

Orientador(a): Maria das Graças Conde Caldas

Mestrado em Divulgação Científica e Cultural - 2011

Nro. chamada: T/UNICAMP - C671s


Resumo:
A força da ficção para pensar o real reside na linguagem. Ao se mostrarem como ficção, Literatura e Jornalismo podem desvencilhar-se da tentativa de mimetizar o real e buscar por novos mundos, novas maneiras de significar o devir, o tempo. Qual seria o potencial de se conceber a realidade como parte de uma política ficcional que dirige e arregimenta os corpos? Poderia o Jornalismo suspender, ainda que momentaneamente, a noção de real, deixando o leitor à deriva, à procura de novas âncoras? Pré-lançada na Festa Internacional Literária de Paraty em agosto de 2006, piauí traz, mesmo que indiretamente, uma reflexão sobre as relações e tensões entre Jornalismo e Literatura, Ficção e Realidade. Livre para pautar os temas de cada edição, sem se basear no enfoque da agenda jornalística hegemônica, sua postura garante espaço para o inusitado tanto em termos de forma quanto de conteúdo. Inserida na área de Estudos Culturais (Hall, 2004, 2007) essa pesquisa analisa o descentramento da identidade e evidencia que o sujeito é afetado pela Cultura, e que é, ao mesmo tempo, um produtor de Cultura. O principal objetivo do estudo é examinar os sentidos envolvidos e revolvidos na linguagem da piauí: Jornalismo, Literatura, Ficção, Realidade, Jornalismo Literário, Cultura, todos eles dançam na instabilidade constitutiva que a publicação propõe e impõe. A escolha do corpus foi realizada pelo método de Amostra Intencional anual e é constituído por cinco edições: a primeira lançada nas bancas (outubro de 2006) e as quatro de aniversário (outubro de 2007, 2008, 2009 e 2010). Elas serão estudadas em detalhe, com a intenção de observar as identidades propostas na publicação. Identidades que ora se resolvem assumindo-se, ora se revolvem na indeterminação. Levando em conta o caráter aberto do objeto (Eco, 2003), as inúmeras possibilidades de entrada e a complexidade da publicação determinaram a busca por metodologias complementares. Análise do discurso, Semiótica, Análise Literária, Teoria das Representações Sociais, Estudo de Caso, Análise de Conteúdo, todas elas foram percorridas no exercício de estabelecer o perfil metodológico da pesquisa. Ocorre que ao longo da caminhada, alguns de seus recursos de análise foram selecionados, mas me ative ao movimento do cartógrafo que além de desenhar paisagens em movimento, recorre a recursos de análise que não são unos, inteiriços, fechados em si mesmos, isto é, também estão em movimento, também podem ser cartografados e por esse motivo assumi o risco de usar recursos de diversas metodologias, por crer que posso passear por elas. A proposta é trabalhar como o cartógrafo, cujo desenho “acompanha e se faz ao mesmo tempo que os movimentos de transformação da paisagem” (Rolnik, 1989: 15). O objeto agora passa a ser chamado paisagem.

Palavras-chave: Revista Piauí. Jornalismo. Literatura. Ficção. Realidade.

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