Resumo

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Do interdito a "o real como o impossível" : hipótese sobre a transmissão em psicanálise

Renata Mazaferro

Orientador(a): Claudia Thereza Guimaraes Lemos

Doutorado em Linguística - 2011

Nro. chamada: T/UNICAMP - M456d


Resumo:
Parte-se, nesta tese, da fantasia conforme apresentada por Freud através do sonho dos lobos, no caso História de uma neurose infantil (1918[1914]). Segundo Freud, o sonho dos lobos é "ativação" da cena de coito do casal parental. Jamais lembrada, "fantasia fundamental", a cena impossível de simbolizar é "construção da análise". Freud não recua diante do não simbolizável, mas Lacan o nomeia: real. A transmissão em psicanálise é efeito do não simbolizável? O segundo capítulo trata da fantasia como narrativa e da frase da fantasia. Herói de todas as histórias, maciçamente presente na fantasia como narrativa, o "eu" está ausente na frase da fantasia de espancamento. A frase intermediária, não simbolizável - uma construção da análise - permite a reconstrução do "eu". Flagrante da cena de constituição do inconsciente, a frase possibilita uma gramática e a depreensão de uma lógica gramatical da fantasia. Por ser articulação significante, tal qual a narrativa, a frase é considerada um deslocamento de Freud na questão da fantasia. O terceiro capítulo apresenta o passo de Lacan. Com a lógica do fantasma, a frase enquanto estrutura gramatical é considerada para ser implodida. Da frase resta o objeto a, na frase da fantasia de espancamento: o olhar. O objeto a apresenta-se como corpo, mas não "corpo total": não especularizável, o objeto a é queda, aquilo que desgarra ou se afasta do corpo de que depende. A castração possibilita definir a função do objeto a em seu estatuto lógico. Na subjetivação, o sujeito ocupa o lugar do objeto a. A lógica do fantasma inclui o objeto a na lógica do significante. Uma narrativa de caso, forma de transmissão em psicanálise, é apresentada no quarto capítulo. O capítulo final, a passagem de "o impossível é o real" a "o real é o impossível", considera: enquanto o complexo de Édipo se funda no interdito - o impossível de simbolizar, nos termos de Lacan: 'o impossível é o real' - a fórmula "não há relação sexual", axioma lacaniano da castração, se funda em "o real é o impossível". Efeito de estrutura, 'o real como o impossível' faz existir a hipótese desta tese: o não simbolizável, o interdito representado pelo complexo de Édipo - 'o impossível é o real' - funda o campo freudiano e produz a transmissão em psicanálise

Palavras-chave: Transmissão (Psicanalise). Sujeito (Psicanálise). Relações objetais (Psicanalise). Psicanalise lacaniana.

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