Resumo: Diante de um contexto de patologização excessiva, em que há um grande número de patologias e diagnósticos relacionados a questões escolares, sobretudo referentes ao processo de aquisição e uso da leitura e escrita, este trabalho busca discutir, com base na Neurolinguística Discursiva, a forma como tais diagnósticos têm sido feitos e as consequências que trazem para a vida das crianças. Apesar de serem muitas as "doenças" que surgem para justificar o fracasso escolar ou o comportamento inadequado de algumas crianças, este trabalho se aterá à discussão sobre a dislexia. Nosso objetivo, portanto, é discutir o estatuto de doença que é atribuído à dislexia, analisando, para isso, o discurso autorizado proferido sobre ela (sobretudo o da Associação Brasileira de Dislexia - ABD) e a concepção de linguagem na qual este discurso se baseia, que funciona como um dispositivo capaz de controlar os sujeitos, de acordo com Agamben (2004). Além disso, comparamos as propostas de material e atividades da Associação Brasileira de Dislexia com o trabalho realizado no Centro de Convivência de Linguagens (CCazinho/IEL/Unicamp)
Palavras-chave: Neurolinguística discursiva. Patologização da educação. Dislexia.