Resumo: Esta tese propõe uma nova leitura da obra literária de Cyro dos Anjos, tendo como ponto de partida a questão do mito quixotesco, constantemente referida nos romances do Autor. Estuda-se, assim, o mito, tendo como base a obra de ciência das religiões, de Mircea Eliade, bem como a fenomenológica de Gaston Bachelard. O caráter quixotesco é fundamentado em afirmações amplamente consagradas pela clássica crítica literária acerca da obra de Cervantes, sendo os estudos mais importantes, os de Miguel de Unamuno e José Ortega y Gasset. Esse caráter quixotesco é representado por toda a esfera imaginativa, sobretudo a arte e a poesia. Para Cyro, a poesia é a própria vida, compreendendo também o amor, a memória, o sonho, a música, a crença religiosa e até mesmo Deus, a poesia suprema. A tese aponta Cyro dos Anjos como partidário do quixotismo cervantino, revelando-o como um Autor que transpõe o idealismo mítico universal para uma obra genuinamente brasileira
Palavras-chave: Anjos, Cyro dos - 1906-1994 - Crítica e interpretação. Mito na literatura. Romances brasileiros - História e crítica.