Resumo: A literatura arturiana tem início no século XII, mais precisamente com a Historia Regum Britanniae (1135-1138), em que o clérigo Geoffrey de Monmouth traça o perfil do principal personagem das lendas bretãs: o rei Artur. No entanto, a obra de Monmouth não foi aproveitada somente pelos autores que se valeram da Matéria de Bretanha para idealizar seus relatos de aventuras, caso dos romans de Chrétien de Troyes, por exemplo: ela também passou a ser utilizada como fonte histórica para relatos que foram ora lidos como livros de história ora classificados como ficção. A partir de textos arturianos dos séculos XII, XIII e XIV, este trabalho pretende determinar se é possível deduzir da sua análise uma clara distinção entre os conceitos de história e de ficção. Para tanto, examinou-se uma série de obras - das quais participam, em algum momento, Artur e seus cavaleiros -, a fim de realizar um levantamento e uma discussão das passagens em que os diversos autores refletem sobre os fatos passados e sua veracidade, levando-nos ao que poderíamos chamar uma melhor compreensão dos significados dos conceitos de ficção e de história na Idade Média.
Palavras-chave: Arthur, Rei - Ficção; Idade Média; Idade Média - Historiografia; Literatura medieval