Resumo

Versão para impressão
O social no cordel: uma análise discursiva

Fernanda Moraes D'Olivo

Orientador(a): Suzy Maria Lagazzi Rodrigues

Mestrado em Linguística - 2010

Nro. chamada: T/UNICAMP - D689s


Resumo:
Como o social significa e é formulado na materialidade poética do cordel? Como se dá o funcionamento discursivo do porta-voz nos folhetos nordestinos? Essas foram as duas perguntas que orientaram esta pesquisa de mestrado. Para responder esses questionamentos, selecionamos folhetos que exploram temas como a violência urbana, o uso de drogas, a migração nordestina, a política, o preconceito, o divórcio, o uso de métodos anticoncepcionais e a reforma agrária, entre outros que tratam de questões sociais. Durante a constituição do corpus, pudemos compreender uma forte relação entre o que circula no cordel com o que é veiculado pela mídia. Em nosso percurso analítico, discutimos a reiteração, pelo cordel, de uma voz social que é atravessada, sim, pela voz da mídia, mas também pelas vozes do Estado, da Igreja e da Família. Essa voz social circula pela materialidade poética que constitui o cordel produzindo gestos de interpretação marcados pela poesia da língua. Nossas análises nos mostraram que essa voz é a que legitima certos valores sociais e as relações estabilizadas que são repetidas nos folhetos. Essa voz é a da sociedade dominante, mas se configura, ao ser retomada pelo cordel, como a voz do povo, naturalizando a unidade, como se o povo fosse homogêneo. Equivocidade constitutiva, como nos ensinou Pêcheux! Este efeito de unidade, por sua vez, é o que produz o efeito de que o cordelista é porta-voz do povo. Um efeito discursivo.

Palavras-chave: Análise do discurso, Literatura de cordel, Poesia popular brasileira, Vozes sociais.

. Rua Sérgio Buarque de Holanda, no 571
Campinas - SP - Brasil
CEP 13083-859

...

IEL - Based on Education theme - Drupal Theme
Original Design by WeebPal.