Resumo

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A experiência do limite : a tradução de La Vérité en peinture

Olivia A. Niemeyer dos Santos

Orientador(a): Maria Viviane do Amaral Veras

Doutorado em Linguística Aplicada - 2010

Nro. chamada: T/UNICAMP - Sa59e


Resumo:
Minha tese pretende considerar a experiência da tradução de La Vérité en peinture (Jacques Derrida, 1978), em seus vários aspectos, e reconhecer, na singularidade desse ato tradutório, algumas das questões e pressupostos que percorrerem o pensamento ocidental: a oposição fora/dentro; a possibilidade/impossibilidade do encontro com o outro; o mito da origem e a restituição como apropriação. A metáfora biológica da autoimunidade, utilizada por Jacques Derrida em seus últimos textos (e articulada, por ele, à religião, à ciência e à democracia), é o ponto de partida para essa reflexão: nosso corpo possui um sistema imunológico que evita que algo de "fora" - que o estranho ou o estrangeiro (um vírus ou bactéria, por exemplo) -, uma vez "dentro" dos limites do corpo, o destrua. No entanto, em algumas ocasiões, entra em funcionamento outro sistema, autoimunológico, que ataca ou enfraquece esse mesmo sistema imunológico, permitindo que o de "fora" invada os limites do "dentro". Mas essa invasão não é sempre ou não é somente uma ameaça, um perigo. É também o que permite, por exemplo, a aceitação de um enxerto ou de um órgão retirado de outra pessoa. Permite que algo de "fora" salve o paciente. Possibilita, portanto, uma sobrevida. Sobrevida do corpo e, utilizando o conceito de autoimunidade de forma mais ampla, sobrevida da democracia, da ciência (a mudança de paradigma) ou do texto original (o comentário, a interpretação, a tradução). Procuro articular os quatros capítulos de A verdade em pintura com os quatro capítulos da tese: no primeiro, para reconhecer a complexa relação entre original e tradução a partir da lógica do parergon, considerando que a tradução trabalha sempre com o que está dentro das fronteiras do original; no segundo, para refletir sobre o ponto limite, a experiência daquilo que permanece irredutivelmente idiomático, mas que, mesmo assim, deve se entregar a uma decisão de tradução; no terceiro, para avaliar a posição do original como paradigma, suspeitando da possibilidade de uma origem absoluta ou modelo primeiro; no quarto e último capítulo, para examinar a questão do par e o desejo da tradutora de restituir "a verdade do original", levando em conta a afirmação de Derrida: "toda restituição constitui uma apropriação"

Palavras-chave: Tradução e interpretação. Desconstrução (Tradução). Limites.

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