Resumo

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O segredo de Macabéas : relações entre A hora da estrela, de Clarice Lispector, e o filme homônimo de Suzana Amaral

Jaqueline Castilho Machuca

Orientador(a): Suzi Frankl Sperber

Mestrado em Teoria e História Literária - 2010

Nro. chamada: T/UNICAMP - M185s


Resumo:
O trabalho aqui proposto aborda as relações existentes entre o romance A Hora da Estrela, publicado em 1977, por Clarice Lispector, e o filme homônimo de Suzana Amaral, lançado em 1985. Os elementos que estruturam a literatura e o cinema são diferentes e estabelecer parâmetros de comparação fez-se necessário. Assim, as análises aqui expostas estão centradas, sobretudo, no confronto entre a caracterização proposta para Macabéa no livro e no longa metragem. Para tanto, foram utilizadas diferentes correntes teóricas, que vão da teoria da literatura aos estudos sobre cinema. As especificidades de cada texto, livro e filme, ao mesmo tempo em que facilitam a pesquisa, já que os objetos de análise têm características próprias e podem, portanto, ser analisados separadamente, enredam-nos a possibilidades antes não pensadas, pois a transposição da história de Macabéa para o cinema suprime e insere elementos que devem ser confrontados: o texto de Suzana Amaral parece dizer a mesma coisa que o de Lispector, mas com recursos e linguagens diferentes. A supressão do narrador Rodrigo S.M., tão caro ao texto de Lispector, dá ao longa metragem maior destaque à sensibilidade da protagonista que, marcante no livro, é mesclada à tentativa de S.M. em comicizar e ridicularizar a heroína com o intuito de se afirmar dentro da sociedade. Rodrigo não existe no filme, fato que faz com que o texto de Suzana ganhe significações diferentes, pois a datilógrafa passa a ser vista através do olhar das demais personagens e não mais de um narrador. Mas é através do perfil sensível que Macabéa deve ser percebida, tanto em um texto quanto em outro, pois, no romance, a protagonista se desprende de S.M. através de pequenos luxos, pequenos prazeres, que são transpostos em grande número para o texto de Amaral. A emoção sentida por Macabéa em certas passagens ganha vida com a interpretação de Marcélia Cartaxo, que com poucas falas no filme, consegue traduzir para o cinema os sentimentos e as emoções de uma heroína, aparentemente calada por ser marginal, mas que na verdade usa a parcimônia como uma arma para enfrentar o sistema

Palavras-chave: Lispector, Clarice, 1925-1977 - Critica e interpretação; Amaral, Suzana, 1928; Literatura - História e crítica; Cinema

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