Resumo: A proposta deste trabalho é re-significar os conceitos tradicionalmente estabelecidos de língua materna e de língua estrangeira - a saber: aquela como exterioridade adquirida em primeiro lugar, falada pela mãe ou responsável pela unificação de uma nação, e esta como exterioridade aprendida a partir de investimentos racionais e conscientes e depois de um razoável conhecimento da língua materna -, a partir das hipóteses da Psicanálise, e assim tomá-los sob outro ponto de vista: respectivamente, língua causa do sujeito do inconsciente e prolongamento do campo simbólico instaurado pela chamada língua materna. Remontar a estes termos a partir da teoria psicanalítica impõe a consideração de lalangue, responsável pela instauração da matriz simbolizante no sujeito de linguagem, como elemento organizador da relação entre as línguas, bem como elemento que reverbera seus afetos e seus efeitos em toda tentativa de aprendizagem de qualquer novo item do campo simbólico, tal como uma língua estrangeira.
Palavras-chave: Lalíngua. Língua materna. Língua estrangeira.