Resumo

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ESCREVENDO RELATORIOS EM SALA DE AULA: GENERO DISCURSIVO, CIRCULAÇÃO E REFERENCIAÇÃO

CECILIA ELLER RODRIGUES NASCIMENTO

Orientador(a): Inês Signorini

Mestrado em Linguística Aplicada - 2009

Nro. chamada: T/UNICAMP - N17E


Resumo:
Esta dissertação analisa o impacto da reescrita na aprendizagem de gêneros discursivos/textuais escritos, após o desenvolvimento de uma sequência didática, além dos reflexos dos modos de circulação do texto no estabelecimento da referenciação. A pesquisa se identifica com os estudos aplicados da linguística, mas dialoga com vários outros campos, como a Filosofia da Linguagem, Didática de Línguas, Antropologia, Linguística textual e estudos sobre referenciação de orientação etnometodológica. Os registros foram obtidos numa quarta série do Ensino Fundamental I, em escola pública de periferia localizada em cidade do interior de São Paulo. Vários tipos de dados foram gerados, visando à triangulação e à compreensão mais profunda do fenômeno complexo que é aprender a escrever na escola. Houve dois momentos de obtenção de registros distintos, porém complementares, já que o primeiro guiou o planejamento e a execução do segundo. O primeiro momento foi de observação, com influências da etnografia aplicada à educação, e o segundo, de intervenção, influenciado por conceitos da pesquisa-ação, no qual uma sequência didática foi realizada pela classe em torno do gênero relatório. Duas reescritas orientadas por bilhetes integraram esse processo. Este trabalho parte do pressuposto de que o texto não tem caráter fixo, acabado, e sim provisório. Trata-se de um momento em um processo. Por isso, a reescrita surge como possibilidade de elaboração de versões cada vez mais adequadas a um novo momento de interlocução, mediado pelo bilhete orientador. Este, por sua vez, funciona como um gênero catalisador, já que potencializa o desenvolvimento de práticas de linguagem específicas. Três momentos de produção de texto são analisados, os quais revelaram (i) que um comando aberto, sem orientação posterior ou correção específica leva a pouco desenvolvimento do estado de escrita, uma vez que os alunos tendem a optar pelo que já lhes é familiar; (ii) o comando específico precisa ser acompanhado de informações sobre o gênero e sobre os interlocutores eleitos, já que estas não são óbvias, nem facilmente inferidas; (iii) com a sequência didática, os alunos podem chegar a uma compreensão mais precisa sobre o gênero a ser produzido e suas esferas de circulação; contudo, a intervenção posterior, visando à reescrita, é fundamental para um desenvolvimento mais significativo em relação à aprendizagem do gênero escrito proposto.



Palavras-chave: Gênero discursivo; Referenciação; Reescrita; Sequencia didática.

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