Resumo

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EMBATE E DEBATE DE SENTIDOS SOBRE O BRASIL EM ANTOLOGIAS DE ENSAIOS: DISCURSO, MEMORIA E LEITURA

LUCIANA CRISTINA FERREIRA DIAS

Orientador(a): Silvana Mabel Serrani

Doutorado em Linguística Aplicada - 2009

Nro. chamada: T/UNICAMP - D543E


Resumo:
Considerando a problemática acerca da linguagem e da identidade nos estudos de perspectiva discursiva (Pêcheux, 1990; Orlandi 1999) e as reflexões produzidas a partir do Grupo de pesquisa “Antologias, discurso e práticas letradas”, este trabalho busca refletir sobre as representações construídas discursivamente sobre o Brasil em quatro antologias/coleções de ensaios, a saber: Nenhum Brasil existe (João Cezar Rocha), Intérpretes do Brasil (Silviano Santiago), Morte e progresso: cultura brasileira como apagamento de rastros (Francisco Foot Hardman) e Formas e mediações do trágico moderno: uma leitura de Brasil (Ettore Finazzi- Agrò e Roberto Vecchi). Na medida em que a antologia é um gênero que funciona como organizador de saberes sobre o Brasil, mostrou-se necessário enfatizar, no trabalho, a distinção entre memória (arquivo) e interdiscurso. Neste sentido, as antologias foram examinadas a partir de sua formulação (ordem do intradiscurso), tendo-se em vista as seções de ensaios que constituem a seleção de textos, os elementos paratextuais (títulos, prefácios, notas, orelhas, prólogos, dados autobiográficos de um autor) e os elementos metatextuais (ensaios críticos e ensaios-guias de leitura), o que coloca em cena a necessidade de compreender, sob um ponto de vista enunciativo-discursivo, os lugares de enunciação que se desdobram no interior da antologia: a posição-locutor organizador-editor, a posição- ensaísta convidado, a posição comentarista-especialista, o que coloca em cena imagens de leitores projetados no discurso: leitor estudante, leitor estudioso, leitor especialista. Dessa forma, a antologia, em termos de função autoria, é marcada pela tensão unidade e dispersão que se desenha no projeto antológico, seja em termos de diversas posições-sujeito, seja em termos de confrontos entre diferentes formações discursivas. Também, a partir da análise das condições de produção do discurso, da formulação da antologia, da constituição dos sentidos e de sua circulação, foi possível refletir sobre: (i) os conflitos de uma identidade brasileira vazia, lacunar, marcada pela falta que se completa no outro estrangeiro, (ii) a problemática da Comemoração dos 500 anos do Brasil como lugar de memória ou como acontecimento que produz uma tensão entre a narrativa coerente do Estado e a dispersão dos sentidos que retornam a partir da memória do dizer e (iii) as reflexões e movimentos de resistências de intelectuais que deslocam sentidos de ordem e progresso para morte e progresso ou a partir da posição de que o Brasil pode e deve ser lido a partir do trágico.






Palavras-chave: Antologias de ensaios; Análise do discurso; Ensaios; Brasil; Memória.

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