Resumo

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FOLHA DE S. PAULO: DA PRODUÇÃO DE SENTIDOS ACERCA DA GUERRA DO IRAQUE

MARAISA LOPES

Orientador(a): Claudia Regina Castellanos Pfeiffer

Mestrado em Linguística - 2009

Nro. chamada: T/UNICAMP - L881F


Resumo:
Esta pesquisa inscreve-se na perspectiva da Análise de Discurso de linha francesa e investe na compreensão de como a Guerra do Iraque se torna notícia ou quais/como os processos discursivos sustentam a configuração de fatos enquanto notícias, uma vez que não há uma relação evidente entre linguagem/ mundo. E mais especificamente, buscamos compreender os processos de produção de sentidos em jogo no discurso do jornal Folha de S.Paulo acerca da Guerra do Iraque, nas notícias publicadas no Caderno Mundo, no período de 19 de Março de 2003 a 10 de Abril de 2003. Partimos do pressuposto da Análise de Discurso de que todo discurso é constituído ideologicamente e, portanto, o caráter de neutralidade do discurso jornalístico é ilusório (ORLANDI, 2003). Além disso, trabalhamos com a compreensão de que a constituição da instituição ‘jornal’ se dá em uma relação com um ‘poder dizer’ marcado pela censura (MARIANI, 1999). Essa relação instaura uma memória discursiva no funcionamento da instituição jornalística. Nosso dispositivo teórico repousa nas noções correntes da AD, mais propriamente, naquelas postuladas por Pêcheux, Henry, Guilhaumou, Maldidier, Orlandi e, recorremos a Mariani e Silva para tangenciar as questões relativas ao discurso jornalístico. Compreendemos em nossa pesquisa as condições de produção do conflito no Iraque e as de sua textualização na Folha de S.Paulo. A constituição das posições-sujeito a partir das quais as notícias são produzidas também foi foco de nossa investigação; no trabalho com nosso material, nos deparamos com as posições-sujeito jornalistas no Brasil e jornalistas fora do Brasil, lugares que nos permitiram compreender diferentes funcionamentos quanto às regularidades nos textos estudados e mais, duas posições a partir das quais se enuncia – o superficialmente favorável às ações dos EUA e o superficialmente contrário a essas ações. Pensar o discurso jornalístico impõe que pensemos também uma questão de memória, um já dito que constitui todo o dizer; nas notícias analisadas nota-se um trabalho de atualização dos acontecimentos da Guerra do Golfo, das Cruzadas, das Guerras Imperialistas e das Missões, além disso, a presidência de Bush Pai e sua relação com o filho são retomadas. Ainda debruçamo-nos sobre o modo como a Guerra e seus participantes – Bush, Saddam e os civis de ambos os países – são significados; nesse trabalho, compreendemos um forte batimento entre bem x mal. Considerando todos os efeitos de sentido observados em nossa pesquisa, compreendemos uma forte polarização entre EUA x Iraque criada, ou melhor, reiterada pela produção da Folha de S. Paulo.



Palavras-chave: Análise do discurso; Discurso jornalístico; Folha de São Paulo (Jornal); Polarização; Iraque, Guerra do, 2003.

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