Resumo

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USO DE UM EXAME INTERNACIONAL DE PROFICIENCIA EM LINGUA INGLESA PARA CRIANÇAS NO ENSINO FUNDAMENTAL BRASILEIRO

LENY PEREIRA COSTA

Orientador(a): Matilde Virginia Ricardi Scaramucci

Mestrado em Linguística Aplicada - 2008

Nro. chamada: T/UNICAMP - C823U


Resumo:
Tem sido crescente, não só no contexto nacional como em nível mundial, o interesse pelo ensino de línguas estrangeiras, marcadamente o inglês, sendo que o segmento que vem apresentando maior crescimento é o de língua estrangeira para crianças de 6 a 12 anos (REA-DICKENS e RIXON, 1997). No Brasil, apesar de facultativo no Ensino Fundamental I, o ensino de língua inglesa já faz parte do currículo da grande maioria das escolas particulares e algumas públicas, dependendo de iniciativas municipais, não havendo diretrizes oficiais que possam orientá-lo. Observamos que o crescimento, nesse contexto, tem ocorrido de forma desordenada, apresentando problemas de diversas naturezas que contribuem para a comprovada ineficiência desse setor (ROCHA, 2006; COSTA, 2007). Nesse cenário, inúmeras escolas particulares, a título de apresentar referências de progresso de aprendizagem do jovem aprendiz no Ensino Fundamental I, estão fazendo uso de um exame externo de proficiência em língua inglesa, mais especificamente o YLE – Young Learners Exam, elaborado pela Universidade de Cambridge (UCLES - University of Cambridge Local Exams Syndicate). Consideramos que exames não são neutros, tornando-se, dessa forma, fortes instrumentos de política lingüística com influências no processo de ensino e aprendizagem, afetando a vidas das pessoas, determinando e definindo o tipo de conhecimento e comportamento esperado daqueles que o prestam (SCARAMUCCI, 2004; SHOHAMY, 2000). Partindo dessa premissa, realizamos uma análise dos objetivos e do construto norteador do exame YLE, tecendo considerações sobre as possíveis consequências de seu uso como forma de avaliação no Ensino Fundamental I na educação e na sociedade. Constatamos que o exame se mostra inadequado para uso nesse contexto específico por não estar em consonância com as concepções e objetivos conforme referenciais oficialmente estabelecidos para o Ensino Básico, como um todo, e privilegiados, neste estudo, como desejáveis para nortear um processo de ensino e aprendizagem com maiores chances de sucesso. Nessa perspectiva, consideramos que um exame deve orientar-se para a construção de capacidades e conhecimentos específicos na língua-alvo, visando à formação cidadã e protagonista, sob perspectivas socioculturalmente situadas, críticas e transformadoras (ROCHA, 2006, entre outros). Entendemos, portanto, que, uma vez constatado um forte distanciamento entre o construto orientador do exame em questão e as vertentes e objetivos estabelecidos para o ensino e para situações de avaliação em LE para crianças, não consideramos que uso do YLE possa contribuir para que o ensino de língua inglesa apresente resultados mais efetivos no contexto nacional, sob perspectivas da formação integral e crítica do aluno.



Palavras-chave: Avaliação de proficiência; Exames; Língua inglesa - Estudo e ensino - Crianças; Língua Inglesa - Ensino de primeiro grau.

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