Resumo

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DESCENDO A TOCA DO COELHO: LINGUAGEM, ETICA E A QUESTÃO DA VERDADE

ELENITA GONÇALVES RODRIGUES

Orientador(a): Kanavillil Rajagopalan

Doutorado em Linguística - 2008

Nro. chamada: T/UNICAMP - R618D


Resumo:
A questão da constituição do sujeito é inelutável não só na lingüística, mas nas ciências humanas de forma geral. Esta tese, a fim de nos fornecer elementos para repensar o próprio papel da ciência e do intelectual na nova configuração de saberes que enfrentamos no último século, se propõe a discutir, retomando a discussão realizada por Bakhtin em Para uma filosofia do ato, a ética e a questão da verdade, realizando percursos e diálogos vários, sob perspectivas e prismas diversos. Nos primeiros capítulos é discutida a questão da verdade. No Capítulo 1, inicia-se a narrativa de nosso percurso, dos primeiros textos, questionamentos e contatos, que levaram à delimitação de nosso objeto de estudo desta − e apenas desta − maneira. No Capítulo 2, são discutidas as mudanças de paradigma advindas dos estudos na área da física, à luz das contribuições de intelectuais como Edgar Morin, Boaventura de Sousa Santos e Ilya Prigogine, e suas possíveis implicações para a teoria do conhecimento. No Capítulo 3, a própria existência de uma realidade única e indubitável é questionada, abrindo espaço para objeções às teorias de linguagem como representação da realidade e de verdade como correspondência. Neste contexto, como é mostrado, perdem lugar uma ciência de universais e um sujeito de ontologias essenciais, que passa a ser duramente criticado, bem como perde também espaço a existência da própria realidade como a conhecemos. No Capítulo 4, nos aproximamos do texto Para uma Filosofia do Ato (Bakhtin, 1993 [1919-1921]) e são rediscutidas, à luz da reflexão conduzida nos capítulos anteriores, as concepções bakhtinianas de Istina e Pravda e suas implicações e contribuições para uma discussão ética profunda e para um debate mais amplo no campo da filosofia da ciência e da teoria do conhecimento. A partir dessa perspectiva, no Capítulo 5, o escopo da discussão recai sobre Žižek e Lacan pelos caminhos da ética do real e da psicanálise. A discussão central se dá em torno dos estudos que reivindicam uma autonomia incondicional do sujeito, uma aceitação de que, como seres humanos, somos responsáveis, em última análise, por nossos atos e nosso ser-no-mundo. Na parte final do trabalho, a perspectiva bakhtiniana conforme discutida neste texto é revista à luz da biologia do amor (Maturana, 1998), já que a primeira apresenta as condições e exigências para o exercício do diálogo e a segunda explicita a importância de nos colocarmos sob a regência do princípio do amor se efetivamente desejamos dialogar. É proposta assim uma discussão que pode trazer contribuições para a construção de uma sociedade que possa ser efetivamente chamada democrática, uma vez que o amor implica descentramento, abertura ao outro, ou, nas palavras de Edgar Morin, “não consiste apenas em projetar a nossa verdade sobre o outro” ou percebê-lo exclusivamente segundo nossos olhos, mas consiste sim em nos deixar "contaminar" pela sua verdade (Morin, 2008).





Palavras-chave: Linguagem; Ética; Verdade; Filosofia do ato.

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