Resumo

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NOS QUE AQUI ESTAMOS POS VOS ESPERAMOS: DISCURSO, REMEMORAÇÃO E ESQUECIMENTO

JANAINA DA COSTA SABINO

Orientador(a): Suzy Maria Lagazzi Rodrigues

Mestrado em Linguística - 2008

Nro. chamada: T/UNICAMP - SA13N


Resumo:
Materialidade específica de interpretação de significados, um documentário se mostra ao analista como observatório do discurso – um lugar simbólico de atravessamentos do sujeito e do sentido; textualização e reverberações da história e da memória. É onde nos (con)centramos, especificamente em “Nós que aqui estamos por vós esperamos” (1999), filme-memória do “breve” século XX, de Marcelo Masagão, compreendendo sua materialidade enquanto tecido intertextual e interdiscursivo. Nesse tecido fílmico é onde – em meio ao pulsar de uma modernidade no século XX, um falar sem palavras, cenas, letra, cor(po), gestos, a musicalidade de Win Mertens... produzem trançados de memórias que dão visibilidade, ao mesmo tempo, a acontecimentos /indivíduos célebres e desconhecidos. Tomando a perspectiva teórica da Análise de Discurso materialista, procuramos compreender nessa tessitura fílmica, através de uma reflexão que toma a linguagem como ponto determinante, o mo(vi)mento dos sentidos e do sujeito, recortando como significante a memória em confluência com o quotidiano no século XX. Inclinamo-nos sobre essa confluência da memória com o quotidiano enquanto janela discursiva onde sentidos transbordam: muitos expostos, muitos silenciados. É uma relação tensa e exposta pela força da re-memoração e do esquecimento e que na tessitura do documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos” se textualiza no desEncontro entre acontecimentos /indivíduos re-conhecidos (célebres/memoráveis/ extraordinário) e desconhecidos (comuns/anônimos/ordinário); pequenas histórias de grandes personagens, grandes histórias de pequenos personagens... falas (des)organizadas que corporificam o que chamamos de narratividade do quotidiano no filme. Perguntamos pela significação dessas falas (des?)organizadas no quotidiano numa relação com a memória discursiva. Interessa-nos o umuitos sentido(s) que há nestas falas que se des-costuram no quotidiano, sabendo que no âmbito dos sentidos formulados, no intradiscurso, os sentidos estão num continuum diálogo intertextual e interdiscursivo com outros sentidos. No trânsito que se faz do olhar teórico-analítico no material discursivo – silenciamentos, apagamentos, transparência e opacidade na história, na memória, no quotidiano do século XX tornam-se visíveis, desestabilizando o gesto interpretativo, o que possibilita significar diferentes gestos de olhar na tessitura do documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos”.

Palavras-chave: Memória discursiva; Análise de discurso; Modernidade; Cotidiano.

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