Resumo

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TRAMAS DA SUBJETIVIDADE NO ESPAÇO ENTRE-LINGUAS: NARRATIVAS DE PROFESSORES DE LINGUA PORTUGUESA EM CONTEXTO DE IMIGRAÇÃO

ANGELA DERLISE STUBE NETTO

Orientador(a): Maria José Rodrigues Faria Coracini

Doutorado em Linguística Aplicada - 2008

Nro. chamada: T/UNICAMP - ST93T


Resumo:
Esta tese analisa a constituição identitária de professores de língua portuguesa (LP) que não possuem exclusivamente essa língua em sua inscrição no campo da linguagem para pensarmos então seu processo de formação. Participaram desta pesquisa 14 professores da educação básica da rede pública de ensino da região de Concórdia/SC, cuja história sociocultural é marcada pela imigração européia. A construção metodológica orientou-se por relatos escritos sobre as histórias das formações lingüística e profissional de cada professor, além de uma entrevista pautada por elementos extraídos daqueles relatos. Nosso pressuposto era o de que, no imaginário, circulava a idéia de que a LP é a língua materna (LM) de quem nasce no Brasil. Entretanto, muitos enunciadores – como verificado em nosso corpus - não possuem exclusivamente a LP como LM. Diante desse complexo contexto, formulamos a hipótese de que histórias de vida caracterizadas por uma constituição lingüística marcadamente plural trazem incidências para a formação de professores de LP. Em termos epistemológicos, situamo-nos na interface de teorias que trabalham com a noção de sujeito da linguagem, compreendido como constitutivamente contraditório, sustentado pelo desejo e pelo inconsciente. A partir das análises, foi possível darmos visibilidade à noção de língua atravessada pela heterogeneidade, que constitui o entre-línguas. Isso implica questionar a uni(ci)dade da língua, que aponta para a presença do outro/Outro do/no dizer. Percebemos que, ao responderem à questão “Qual é sua língua materna?”, os professores não conseguiram designá-la no singular, pois a alteridade a/os constitui: o Real da língua irrompe e – no intradiscurso - (des)constrói a representação de língua una, homogênea e de nação monolíngüe. A alteridade e a heterogeneidade, (des)mascaradas no dizer desses enunciadores, conduzem a uma experiência de estranhamento, o que nos leva a (re)pensar o processo de formação de professores no citado locus.

Palavras-chave: Linguagem; Formação de Professores; Identificação; Memória; Imigração.

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