Resumo

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CORPOLINGUAGEM NA DE SUJEITOS COM DOENÇA DE PARKINSON

CARLOS EDUARDO BORGES DIAS

Orientador(a): Nina Virgínia de Araújo Leite

Mestrado em Linguística - 2008

Nro. chamada: T/UNICAMP - D543C


Resumo:
Partindo de uma análise comparativa entre as autocorreções que ocorreram na fala de dois sujeitos com doença de Parkinson (DP) em duas sessões de gravadas de conversação, com um intervalo de tempo significativo entre elas, verificamos que houve uma considerável diminuição na ocorrência dessas marcas lingüísticas. Observamos também que, em todas as sessões, tais estruturas lingüísticas incidiam predominantemente em turnos que concentravam uma grande quantidade de palavras. Entretanto, confrontando as quantidades de palavras por turno das duas gravações, verificamos que os sujeitos analisados tiveram suas médias aumentadas, e, portanto, falavam mais e se corrigiam menos. Procurando atribuir esse fato ao funcionamento lingüístico desses sujeitos, observamos que a ocorrência de hesitações do tipo pausa silenciosa, alongamento e pausa preenchida – que, conforme estudos lingüístico-discursivos sobre o mecanismo hesitativo na DP, representam uma tensão no discurso que contêm a deriva dos sentidos – haviam aumentado, na segunda sessão, precisamente nos turnos em que as autocorreções tinham diminuído, ou seja, naqueles com uma grande quantidade de palavras. Vinculando as autocorreções descritas pelos estudos lingüísticos de base conversacional ao que chamamos de ‘correção psicanalítica’ entendemos que as correções envolveriam um ‘enunciado fonte’ (EF – correspondente ao ‘lapso’) e um enunciado reformulador (ER – correspondente à denegação). Já que o mecanismo da denegação supõe uma suspensão dos conteúdos irrepresentáveis, os EFs ligados a ‘significações recalcadas’ ou a sintagmas ‘gramaticalmente incorretos’ eram, na correção, negados por um ERs. Incluindo esse raciocínio na análise das variações e relações entre as correções e hesitações que havíamos observado em nossos sujeitos, entendemos que a progressão da doença, em suas contraparte psíquica e orgânica, acarretaria um aumento de investimento na atividade motora do corpo, o que levaria nossos sujeitos, durante os atos de fala, a uma progressiva inibição dos EFs marcada linguisticamente pelos recursos hesitativos, o que, consequentemente, haveria ocasionado a diminuição quantitativa de suas correções.

Palavras-chave: Corpo; Linguagem; Correção (Lingüística); Hesitação (Lingüística); Doença de Parkinson.

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