Resumo: O objetivo geral deste trabalho é a reabilitação do poeta baiano Francisco Moniz Barreto (1804 – 1868), a partir de uma análise de seu livro de poemas fesceninos Álbum da Rapaziada (1864). Este texto divide-se em quatro capítulos principais: em “Questões Preliminares”, há uma discussão prévia sobre as conotações dos termos erotismo, pornografia e obscenidade, e seus respectivos usos e adequações. Em “Poesia Romântica: Humor, Erotismo e Obscenidade”, discute-se a questão dos autores e obras eleitos pelos árbitros literários na formação do cânone nacional. Verifica-se que, tanto a poesia humorística, quanto a erótica e a obscena, foram obscurecidas, e/ou desmerecidas, dada a preocupação que houve em se construir um cânone com base numa identidade nacional. Apresenta-se, em contrapartida ao que se verifica em inúmeros volumes tradicionais de história e crítica da literatura brasileira, uma significativa lista de autores românticos que produziram poesia satírica e fescenina de alta qualidade. O capítulo “De Herói da Independência a Repentista Anedotário: Um perfil da Vida e Obra de Francisco Moniz Barreto” destina-se a expor brevemente a vida, obra e fortuna crítica de Moniz Barreto, verificando-se sua posição no cânone, e as várias vertentes poéticas de sua produção, desde a poesia encomiástica à satírica. Enfim, o capítulo “Mercadejo Literário e Gargalhadas Obscenas: O Álbum da Rapaziada e o ‘Lado B’ de Francisco Moniz Barreto”, destina-se a analisar a produção fescenina do poeta, toda ela concentrada no Álbum da Rapaziada. Em tal obra, avultam-se tanto características próprias à estética romântica quanto à tradição fescenina, e uma questão particular de Moniz Barreto, o claro declarado propósito em se ganhar dinheiro com sua literatura.
Palavras-chave: Barreto, Francisco Moniz; Romantismo - Brasil; Poesia fescenina; Álbum da rapaziada.