Resumo

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INTERVENÇÃO DA ESCRITA: UM ESTUDO DO POLITICO-ENUNCIATIVO NA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA LINGUISTICA MODERNA NO BRASIL

WILTON JAMES BERNARDO-SANTOS

Orientador(a): Eduardo Roberto Junqueira Guimarães

Doutorado em Linguística - 2008

Nro. chamada: T/UNICAMP - B456I


Resumo:
O trabalho se inscreve junto ao projeto História das Idéias Lingüísticas no Brasil especificamente focalizando processos de institucionalização. Do entorno de fundação das primeiras universidades nos anos de 1930, publicações e republicações de especialistas e não-especialistas são estudadas com a preocupação em centrar olhar à textualização do jogo político-enunciativo no debate sobre “A QUESTÃO DA LÍNGUA NO BRASIL”. Tendo em operação um feixe de pontos específicos de reflexões teóricas regido por uma concepção materialista da linguagem em que pesa sua dimensão histórica pela via dos estudos da significação, enunciação e discurso (Guimarães, 1995), é fundamental pensar as obras como parte da instrumentação documental escriturada pelo processo de gramatização (Auroux, 1992) do português no Brasil. A análise considera o efeito da “papelada” como exterioridade constitutiva do simbólico (Rancière, 1994); a dispersão de diferentes textos como encaixes constituintes de obras em versões clivantes da ordem territorial hierárquica própria da “disposição formal das práticas científicas”. Considera o peso significante que ocupam no cômpito global das materialidades, sejam “centrais” ou “periféricos”, textos de “borda” ou “bordas” de texto. Seu sentido não é o que traz de conjuntivo, mas o é lugar da disjunção histórica por efeito da existência da sintaxe, da divisão do sujeito (Pêcheux, 1997), (Henry, 1992). E se esse modo de pensar o texto é geral, quando a questão para onde os sentidos deslizam é a da “língua nacional”, sempre decisiva na textualização do político (Orlandi, 2001), o que logo se avizinham são sentidos próprios da escrita, efeito da razão gráfica (Auroux, 1998). E isso se dá numa dimensão em que o aparelho formal, na relação com o “saber disponível” dos estudos, não alcança: é o histórico no sentido forte. Na tensão dessa imbricatura, constitui-se uma espacialidade enunciativa própria da história da lingüística no Brasil. O esforço de pesquisa é concentrado então na compreensão de “pontos críticos” da relação inescapavelmente contraditória delineada no fato da materialidade da linguagem, no acontecimento enunciativo (Guimarães, 2002), que constitui um “domínio interdiscursivo significante” próprio da “questão da língua”. Do modo de descrever e analisar essa tensão, veio a abertura para uma formulação mais forte: na textualização da questão da língua nacional, o sujeito histórico-enunciativo é constituído por efeitos de sentido da escrita.


Palavras-chave: Língua portuguesa - Semântica; Escrita; Discurso; Idéias lingüísticas - História; Brasil - Línguas.

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