Resumo

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GENERO E ESTILO NAS MELHORES REDAÇÕES DO VESTIBULAR UNICAMP

LUCAS VINICIO DE CARVALHO MACIEL

Orientador(a): Raquel Salek Fiad

Mestrado em Linguística Aplicada - 2008

Nro. chamada: T/UNICAMP - M187G


Resumo:
Neste trabalho, examino redações eleitas pela Comissão Permanente para os Vestibulares Unicamp (Comvest) como as melhores desse vestibular, a fim de observar se a adequação ao gênero discursivo e o estilo individual de escrita favorecem a boa avaliação dessas redações. O vestibular da Unicamp contempla em suas propostas de redações três gêneros: dissertação, carta e narrativa. Considerando-se as possibilidades de realização desta pesquisa de mestrado, apenas os dois primeiros gêneros são analisados, já que ambos se aproximam por seu caráter argumentativo. Segundo a concepção bakhtiniana adotada (BAKHTIN, [1952-1953]), a análise do gênero discursivo deve considerar seus quatro elementos – conteúdo temático, estrutura composicional, estilo e tom – em suas relações indissolúveis e necessariamente perceber as relações dialógicas que o gênero mantém com os enunciados que o cercam. O exame dos textos mostrou grande homogeneidade entre as redações selecionadas pela Comvest, o que se deve a dois fatores: o atendimento às propostas da prova que indicam como o tema deve ser abordado e a opção, de grande parte dos candidatos, por uma estrutura composicional tradicional. Tanto o atendimento adequado às propostas de tratamento temático, quanto a boa realização composicional dos gêneros indicam domínio do gênero, o que certamente contribui para a avaliação positiva dos candidatos. Apesar da homogeneidade dominante, a partir do paradigma indiciário (GINZBURG, 1986, ABAURRE; FIAD; MAYRINK-SABISON, 1997), ainda foi possível encontrar alguns textos com marcas que podem ser tomadas como indícios de estilo individual. Embora os elementos do gênero sejam indissociáveis, de tal modo que a singularidade do texto perpassa todos os aspectos do gênero, observa-se que nas dissertações, a individualidade do escrevente se mostra de modo mais evidente no tratamento singular do tema, enquanto, no tom volitivo que recobre os textos, pode ser observada uma maior singularidade nas cartas. Como o estilo individual não é diretamente julgado na avaliação das redações, é difícil saber como ele pode influenciar na nota dos textos. Considerando-se, contudo, que de acordo com a posição bakhtiniana, o sujeito é tanto mais capaz de impor sua marca individual ao texto quanto mais domine o gênero discursivo em que escreve, é plausível supor que os textos que trazem mais claramente indícios de estilo cumpram suficientemente bem as exigências básicas do gênero, o que provavelmente já lhes possibilita uma boa avaliação no vestibular.

Palavras-chave: Bakhtin, M. M. (Mikhail Mikhailovich), 1895-1975; Gêneros discursivos; Estilo; Escrita.

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