Obra faz análise feminista das traduções do conto "Bliss", de Katherine Mansfield

Nota

Premiado no concurso de monografias do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp e prefaciado pela professora doutora Érica Lima, o livro "O conto Bliss, de Katherine Mansfield, e três de suas traduções para o português brasileiro: uma análise feminista", de Beatriz Gregório, foi publicado pela editora Asa da Palavra em 2020. A obra é uma análise feminista das diferentes traduções do conto Bliss, escrito por Katherine Mansfield em 1918 e traduzido por Erico Verissimo em 1940, Ana Cristina Cesar em 1981 e Julieta Cupertino em 1992. 
A novidade trazida pelo estudo de Beatriz Gregório dos Santos é o fato de a análise das traduções ser feita a partir da teoria feminista. A autora investiga o impacto das diferenças ideológicas no que se refere à imagem da mulher nas soluções encontradas nas versões em português e reflete sobre os contextos em que viviam os tradutores de Mansfield: Erico Verissimo, em um momento em que a teoria feminista não estava em evidência, Ana Cristina Cesar e Julieta Cupertino, vivendo após o auge desta. O objetivo do estudo é analisar se há elementos nas escolhas feitas pelos tradutores que remetem a uma preocupação com a questão de gênero/feminismo, ou a um conservadorismo em relação à mulher. 
A obra é abrangente ao apresentar um capítulo que contextualiza o surgimento do feminismo e, principalmente, da escola canadense de tradução feminista, na qual Santos se baseia. Ao conduzir seu estudo, a autora se aprofunda na vida e na obra de Katherine Mansfield, faz uma resenha detalhada do conto Bliss, discorre sobre o contexto em que foram produzidas as traduções e, por último, realiza uma análise comparativa dos textos, baseando-se na teoria de autoras como Luise von Flotow e Sherry Simon. 
Beatriz Gregório conclui, então, que nenhuma das três traduções analisadas é feministas, como na teoria das estudiosas canadenses. Ela observa que “a depender do olhar que a tradutora ou o tradutor tenha sobre o texto que está a traduzir, seu caráter feminista e ideológico pode ser minimizado ou maximizado.” Assim, "O conto Bliss, de Katherine Mansfield, e três de suas traduções para o português brasileiro" é pertinente para estudiosos da área da tradução e do feminismo. Interessados na obra de Katherine Mansfield e no trabalho de Ana Cristina Cesar, Erico Verissimo e Julieta Cupertino, enquanto tradutores, também irão encontrar uma análise com grande embasamento teórico no livro de Beatriz Gregório dos Santos. 

Por Leticia Reis
 

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