Resumo: Este trabalho traz uma reflexão sobre práticas docentes que busquem caminhos alternativos considerando que, na escola pública atual, os problemas de ensino-aprendizagem estão, muitas vezes, relacionados ao distanciamento ¿ resultante de modelos de ensino impostos por políticas educacionais ¿ entre alunos e professores, que muitas vezes leva ao fenômeno de exclusão na sala de aula pela patologização e marginalização dos alunos. Os estudos realizados puderam relacionar as poucas vivências significativas com a linguagem ¿ no que se refere a fala, leitura e escrita durante o processo de escolarização marcado pela metodologia construtivista e de progressão continuada ¿ ao baixo rendimento na aquisição do conteúdo escolar; considerando, a partir daí, que a experiência com a linguagem pode se tornar uma barreira para a formação de conceitos. Por este motivo, a reflexão enfoca a representação de conceitos no funcionamento cerebral, fisiológica e psiquicamente, com o objetivo de entender a formação do pensamento consciente, pela linguagem, no processo de ensino-aprendizagem. A reflexão é feita sob a perspectiva da Neurolinguística Discursiva (ND), com análises fundamentadas nos estudos pré-psicanalíticos de Freud (1891 e 1895), nos trabalhos de Vygotsky (1926 e 1934), Luria (1977 e 1979) e Coudry (1988). Pautada pela ND, que reflete e atua na constituição do sujeito pela linguagem, em situações historicamente contextualizadas, a análise possibilitou - ao articular teorias sobre o funcionamento cerebral, o simbólico e o histórico - a compreensão da relação entre processos pedagógicos e o pensamento cognitivo que se estabelece na escola. Esse enfoque permitiu uma orientação discursiva para repensar as práticas pedagógicas e contribuir com o conjunto de contradiscursos elaborados pela ND, uma vez que se posiciona como um contradispositivo frente aos dispositivos de poder (Foucault, 1971; Agamben, 2009) que atingem a escola pública.
Palavras-chave: Neurolinguística. Cérebro. Linguagem. Aprendizagem.