Resumo

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Rasuras em segmentação de palavras

Adelaide Maria Nunes Camilo

Orientador(a): Maria Bernadete Marques Abaurre

Mestrado em Linguística - 2015

Nro. chamada: T/UNICAMP - C146r


Resumo:
Este trabalho tem como objetivo central descrever e analisar as rasuras em segmentações não-convencionais de palavras encontradas durante o processo de aquisição de linguagem, em textos produzidos por duas alunas, do pré-primário à quarta série, de uma mesma escola particular do município de Campinas (SP). Com base no conceito de heterogeneidade da escrita de Corrêa (2004), busca-se, aqui, investigar a relação que o sujeito escrevente estabelece com a linguagem no momento de construção de seu texto e, principalmente, como a inserção desse sujeito em práticas letradas pode contribuir ou influenciar seu trabalho com a escrita. Para o trabalho com os indícios do trânsito do escrevente por práticas sociais orais/faladas e letradas/escritas, tomaremos como modelo o Paradigma Indiciário proposto por Ginzburg (1986), que atenta para a observação dos detalhes como indícios de um processo maior. A análise das estruturas das rasuras em segmentação não convencional de palavras levará em consideração os domínios prosódicos propostos por Nespor & Vogel (1989), assim como já foi feito por Capristano (2013). A partir do levantamento dos dados encontrados nesses textos, verificou-se a necessidade de aproximação aos resultados obtidos durante o projeto de Iniciação Científica (FAPESP 2011/06602-7), a respeito de rasuras em textos de crianças do Ensino Fundamental II de uma escola pública de São José do Rio Preto. Tal aproximação se deu pelo fato de, nas séries mais avançadas do ensino fundamental, as ocorrências de rasuras em segmentações não-convencionais praticamente desaparecerem dos textos do sujeitos analisados provenientes de escola particular, fato que muito contrasta com os resultados obtidos por nós em estudos anteriores com outras crianças no ensino fundamental. A partir da comparação entre os dados, concluímos que o tempo de escolarização da criança não é o fator mais relevante no que tange ao domínio da segmentação, mas sim o possível contato com situações de escrita fora da escola. Considerando que nossos dois sujeitos são filhas de professoras universitárias e, conhecendo toda sua produção escrita, notamos que a presença de material escrito era constante em seu dia-a-dia. Acreditamos que, como já havia sido apontado por Abaurre et alii (1984), o contato com a escrita em ambientes extraescolares proporcionou às crianças a observação de regras do funcionamento do código escrito, como a segmentação de palavras, diferentemente dos demais alunos, que tinham a escola como fonte primária de material escrito.

Palavras-chave: Aquisição de linguagem. Língua portuguesa - Ortografia e silabação. Oralidade. Letramento.

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