Resumo

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Sujeito, linguagem e escrita: um estudo neurolinguistico

Paloma Rocha Navarro

Orientador(a): Maria Irma Hadler Coudry

Mestrado em Linguística - 2009

Nro. chamada: T/UNICAMP - N228s


Resumo:
Resumo: A pesquisa "Sujeito, linguagem e escrito: um estudo Neurolinguístico" trata sobre o acompanhamento longitudinal de dois garotos, MO e DC de 17 e 16 anos, respectivamente, encaminhados pela escola para o Laboratório de Neurolinguística (LABONE/IEL/UNICAMP) com a queixa de dificuldades de aprendizagem. Para tanto, tivemos como objetivos: (i) o estudo de questões que envolvem o processo de aquisição e uso da leitura/escrita junto aos sujeitos; (ii) compreender a relação de MO e DC com a fala, com o exercício da linguagem e com o escrito/lido baseando-se nas suas histórias de vida, e escolar, para conduzir o acompanhamento longitudinal fonoaudiológico - material de análise desta pesquisa. Para tal, foram realizadas comparações entre seus escritos na escola (material escaneado de cadernos escolares) e seus escritos em sessões fonoaudiológicas individuais (material transcrito e escaneado) com a finalidade de mostrar o estado e o andamento do processo de aquisição e uso da leitura/escrita, com suas especificidades e com a que pode vir a (re)estabelecer, dado o cuidado terapêutico a eles dedicado. Este trabalho baseia-se em pressupostos teórico-metodológicos de uma neurolinguística discursiva (COUDRY, 1986/1988), fundamentada em uma concepção histórica de linguagem (FRANCHI, 1977), em que esta se apresenta como lugar da interação humana e de interlocução, como trabalho e atividade constitutiva da subjetividade, da alteridade e de si própria como objeto de reflexão. Diferentemente do que acontece na escola e na área da saúde, em que se ignoram aspectos fundamentais, sobretudo no início do processo como a variedade de fala na qual a criança adquiriu a linguagem oral e o trânsito (normal) do oral para o escrito e marcas do letramento construídas na vida em sociedade, essa pesquisa analisa e considera o processo de aquisição e usos sociais da escrita, em sua dinâmica própria de funcionamento. No percurso contrário ao do discurso homogêneo e patologizante presente na área da Fonoaudiologia, este trabalho pretende mostrar que quando olhamos para os sujeitos de maneira singular, com histórias de vidas singulares, é possível traçar uma nova história para eles através da escrita, pois é através da linguagem que o sujeito se constitui e elabora sua relação com o grupo (ORLANDI, 2006) Os dados presentes na pesquisa revelam tais processos e ainda denunciam o lugar de marginalidade que jovens como MO e DC ficaram ao longo dos anos que passaram no banco da escola. À margem do sistema escolar, de crianças com dificuldades na leitura e na escrita, MO e DC, hoje, praticamente adultos, assumiram (tanto eles quanto suas famílias) uma posição de fracasso e desânimo diante da vida, pois a marca de não saber ler e escrever é tão forte que acabam correspondendo a ela, acreditando nisso

Palavras-chave: Escrita , Patologização da educação , Leitura , Escola

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