"O Castelo que construímos": uma forma inovadora de falar sobre amor na temática young adult

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A aclamada literatura young adult (YA) ganhou seu espaço nas prateleiras das livrarias brasileiras e nas casas de jovens leitores, curiosos em saber o desfecho das aventuras de seus, também jovens, heróis literários. Eles podem ser bruxos, como em Harry Potter, de J. K. Rowling, ou pessoas comuns tentando encontrar o amor enquanto lutam contra o câncer, tal qual acontece em A Culpa é das estrelas, de John Green. O termo, em tradução literal, significa “jovem adulto” e é empregado para definir livros que têm como personagens principais adolescentes (com seus 14 a 18 anos), bem como narrativas daquela fase escolar.

 

Esse é o estilo literário de O Castelo que construímos, primeira publicação da autora Maria Laura Reis de Moraes, graduanda em Letras na Universidade Estadual de Campinas. O livro foi lançado em 2022, pela editora Asa da Palavra, associada ao Instituto de Estudos da Linguagem. A trama conta a história de Ivan, um garoto do Ensino Médio, lidando com problemas característicos de sua faixa etária, mas também aborda, de forma inovadora, temas como traumas de infância, relacionamento com os pais e as diferentes facetas do amor.

 

Essa é a principal diferença entre o estilo de escrita YA e o conhecido infanto-juvenil, por apresentar temas mais densos, como os tratados na obra de Moraes. Acompanhamos o garoto, não apenas no seu dia a dia no colégio, mas também aprendendo a lidar consigo, com sentimentos conflituosos da juventude e com a sua dificuldade de responder “o que é o amor?”. A autora trabalha com uma peculiar temporalidade dentro da obra, que passeia entre passado, presente e as histórias que o rapaz conta. Ivan é um contador de histórias e sua maior ouvinte é Rita, sua melhor amiga de infância. Tais narrativas se misturam com a realidade dos personagens, quase como uma metalinguagem da escrita.

 

Evitando a repetida temática do amor romântico entre adolescentes e nada mais, Maria L. R. Moraes apresenta outros pontos de vista sobre o amor, de uma forma inovadora e relevante, principalmente para seu público-alvo. Conversas sobre o amor paternal, o amor-próprio, o amor romântico e aquele que se tem na amizade. Conversas, até mesmo, sobre a tristeza presente no ato de amar.

 

Ao mesmo tempo que temas tão importantes e profundos são tratados dentro da história de Ivan e Rita, O Castelo que construímos possui um desenvolvimento leve e fluido. A equipe técnica responsável pela editoração do livro teve o cuidado em trabalhar o design gráfico da obra de modo a harmonizar o visual com seu conteúdo. A arte presente na capa e o pequeno detalhe de conchinhas, responsáveis por dividir os momentos dentro da narrativa, ambos trabalhos da ilustradora Beatriz de Assis Jucá, criam uma estética condizente com o estilo de escrita da autora.

 

Uma leitura agradável, que impressiona nos temas que aborda, tratando de sentimentos de um garoto na sua infância e adolescência, mostrando o amadurecimento dos personagens ao enfrentarem seus traumas e medos do passado.

 

Para ter acesso gratuito dessa obra, acesse o site da editora Asa da Palavra.

 

Por Gabriela Carolina Vignola

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