MARINA R. A. AUGUSTO
Orientador(a): Jairo Morais Nunes
Doutorado em Linguística - 2003
Nro. chamada: T/UNICAMP - Au45p
Resumo: O objetivo desta tese é investigar as propriedades estruturais e semânticas das construções factivas e a relação dessas propriedades com possibilidades de extração. As análises tradicionais acerca da Ilha Factiva classificam-na como ilha fraca, isto é, para um grande número de línguas, considera-se que a extração de argumentos é possível, a partir do complemento factivo, mas não a de adjuntos. Para outras línguas, como o grego moderno, a ilha factiva é considerada uma ilha forte; nenhum tipo de extração resulta gramatical. Esta tese mostra que essa distinção não se sustenta. Uma aparente mobilidade entre comportamento de ilha fraca ou de ilha forte pode ser atestada em uma mesma língua a depender do tipo de complemento factivo presente: (1) O que o Pedro lamentou que a Maria tenha feito? (2) *Como o Pedro lamentou que o mecânico tenha consertado o carro? (3) *O que o Pedro lamentou o fato de que a Maria tenha feito? (4) *Como o Pedro lamentou o fato de que o mecânico tenha consertado o carro? A diversidade de complementos possíveis e o correspondente comportamento apresentado em relação à extração são aqui abordados. O ponto comum dessas estruturas é o caráter pressuposicional característico da construção factiva e aqui derivado a partir de uma imposição de seleção dos predicados factivos. Assumo que esses predicados selecionam um complemento do tipo [+específico]. A diversificação em relação ao padrão de extração se configura como um reflexo da maneira estrutural como esse requerimento é satisfeito.