ILKA MARIA DE OLIVEIRA
Orientador(a): Marisa Philbert Lajolo
Mestrado em Teoria e História Literária - 1998
Nro. chamada: T/UNICAMP - OL4L
Resumo: Os anos 50 no PCB são os de maior coesão das iniciativas culturais rumo a uma política cultural strictu sensu (RUBIM, 1986). Após o auge da imprensa comunista da década anterior - a segunda maior rede do país, funcionando na capital da república - e do breve período de legalidade obtido pelo partido, a literatura desponta como um mecanismo de educação política: é o auge do realismo socialista, "estética" do marxismo-leninismo, representada por Zdhanov. Um ensaio do crítico literário Astrojildo Pereira sobre o cânone literário e a função dos intelectuais na literatura, publicado em Idéias (Revista do IFCH-UNICAMP, ano 2, v.1), e o romance de Alina Paim, A Hora Próxima, podem demonstrar a amplitude deste debate na esquerda, então stalinista, da aclimatação do realismo socialista no Brasil. EnquantoAstrojildo tenta reescrever o cânone, rastreando nele uma tradição literária "insurrecional", a romancista parte para a pesquisa de campo, narrando a greve de ferroviários em Cruzeiro de 1950, numa obra que a uma só edição, esgotou dez mil exemplares. O objetivo deste trabalho é a análise literária dessas produções, que podem iluminar não só um momento específico do trato da literatura - no âmbito da crítica e da produção ficcional - no PCB (em sua instrumentalização pedagógica ou articuladora), como também uma vertente inteira em luta pela hegemonia cultural no plano literário. Considerando a história das produções culturais do PCB, tento recuperar o sentido de se formular um novo cânone nessa época conturbada da história política do partido, bem como as funções que a literatura parece exercer neste contexto para esse grupo específico
Palavras-chave: Realismo socialista , Politica cultural , Literatura brasileira