Helton Menezio Urtado Rocha
Orientador(a): Sheila Elias de Oliveira
Doutorado em Linguística - 2025
Nro. chamada: TESE - R582d
Resumo: Esta tese, ao analisar os sentidos do extrativismo no Brasil (1500-2020), propõe um diálogo entre a Semântica do Acontecimento (Guimarães, 2018, 2010 [1995], 2005 [2002], entre outros) e a Análise do Discurso Materialista (Pêcheux, 2010 [1969], 2009 [1975], 2008 [1983]; Orlandi, 2010 [1999], 2007 [1992], entre outros), recorrendo ao dispositivo de leitura do arquivo baseado no trajeto temático (Guilhaumou; Maldidier; Robin, 2016 [1994]), em que o arquivo é um campo de documentos pertencentes a gêneros distintos, produzidos em lugares e tempos diversos e por locutores diferentes, a fim de questionar o efeito de evidência dos materiais que compõem o corpus e destacar as relações de força na divisão política dos sentidos. O olhar sobre a argumentação levará em conta o efeito de sentido de certeza e de incerteza. A análise mostra que há uma memória estabelecida por uma direção de sentidos ligada ao extrativismo no Brasil; essa memória se configura mediante o apagamento do outro, habitante da terra não português; os povos originários são silenciados na Colônia, no Império e na República; e a certeza sobre o extrativismo se refere à lógica colonial da acumulação primitiva. Assim, os efeitos de certeza e/ou de incerteza pela via argumentativa em dizeres sobre o extrativismo no Brasil possuem um papel importante em diferentes momentos da história, na constituição do cidadão que emerge da relação entre língua, nação e Estado.
Palavras-chave: Enunciação; Discurso; Extrativismo; Brasil


