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Dissertações e Teses – Detalhe

Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp

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O redobro de clíticos no português de Tejucupapo

Vinícius Albuquerque Souza

Orientador(a): Juanito Ornelas de Avelar

Mestrado em Linguística - 2025

Nro. chamada: DISSERTAÇÃO DIGITAL - So89


Resumo: Este trabalho objetiva analisar o redobro de clíticos no português de Tejucupapo, comunidade do litoral pernambucano, em casos como “se candidatou-se”, “me deu para mim” e “matá-lo ele”. O corpus utilizado é composto por textos orais produzidos por dez falantes não escolarizados nativos de Tejucupapo. A literatura corrente sobre o redobro de clíticos no português brasileiro compreende, principalmente, dados da variedade mineira. De acordo com Diniz (2007), o redobro de clíticos é, nessa variedade, produtivo apenas com pronomes de 1PS e 2PS, e se caracteriza pela presença de um pronome clítico proclítico ao verbo, que é correferente a um DP de Caso nominativo ou oblíquo que ocupa a posição de argumento interno. Para a autora, o redobro é resultado de uma operação pós-sintática, no nível de PF, em que o clítico é inserido na estrutura como forma de copiar os traços-phi do argumento interno do verbo. Dessa forma, o clítico opera como uma espécie de marca de concordância de objeto. Os dados de redobro no português de Tejucupapo, em contrapartida, indicam uma tendência mais diversa que o português mineiro: é possível o redobro com pronomes reflexivos e de 3P, que o argumento interno seja um DP de Caso acusativo ou que o clítico esteja enclítico ao verbo. Diante disso, buscando formular uma proposta que contemple tanto os dados do português mineiro quanto os do de Tejucupapo, nos ancoramos na abordagem minimalista proposta em Nunes (2003), que versa sobre quais estratégias a computação sintática lança mão para que ambas as cópias de um dado objeto sintático sejam fonologicamente realizadas, de modo que não interfira na linearização da sentença. A proposta é a de que, nas ocorrências de redobro no português de Tejucupapo, tanto a cópia mais alta quanto a mais baixa do argumento interno podem ser fonologicamente pronunciadas. À luz dessa hipótese, o clítico corresponde à cópia mais alta do argumento interno que foi reanalisada como um morfema flexional por meio da operação pós-sintática de Fusão. A partir dessa operação, a sentença pode ser linearizada, posto que a cópia mais alta e o verbo são interpretadas como um único nó terminal, ao passo que a cópia mais baixa atua como o argumento verbal. No tocante à derivação de uma sentença com redobro, nos ancoramos em Harizanov (2014) e Kramer (2014). Para os autores, o DP objeto, após valorar Caso com o núcleo v, é movido para Spec,vP, devido ao traço EPP do núcleo v, e faz m-merger com o núcleo v. Esse procedimento reduz o DP apenas ao seu núcleo, que será fonologicamente realizado como um clítico. Isso posto, adotando pressupostos teóricos da Morfologia Distribuída (Halle; Marantz, 1993), assumimos que constituintes sintáticos não possuem fonologia inerente. A principal vantagem de adotar a proposta de Nunes (2003) para explicar o redobro de clíticos no português de Tejucupapo é que ela também contempla os dados do português mineiro. A proposta de Diniz (2007), por outro lado, não consegue abarcar ocorrências de redobro como as presentes em Tejucupapo. Dessa forma, temos como principal ganho uma explicação econômica e elegante que contempla todos os dados de redobro de clíticos do português brasileiro

Palavras-chave: Tejucupapo (Goiana, PE); Redobro de clíticos; Fusão; Linearização; M-merger

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