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Dissertações e Teses – Detalhe

Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp

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A fala da criança autista : implicações da linguagem e da voz

Carolina Morari Mendes

Orientador(a): Nina Virgínia de Araújo Leite

Doutorado em Linguística - 2023

Nro. chamada: TESE DIGITAL - M522f


Resumo: A escrita desta tese suscita questões importantes pertinentes à clínica psicanalítica de crianças autistas. A consideração de que o autismo infantil precoce se constituiu numa entidade psicopatológica com base em uma linguagem behaviorista do contexto de seu surgimento é indicativa de uma concepção em que a linguagem é tomada em si mesma como instrumento de comunicação e nomenclatura. Sustentamos a hipótese de que uma específica concepção de linguagem está no fundamento das bases teóricas e, consequentemente, na direção de tratamento relativa aos métodos clínicos realizados com essas crianças. Nessa perspectiva, buscamos evidenciar o quanto a concepção de linguagem da psicanálise a distingue, enquanto método de tratamento e investigação, de outros campos do saber como a psiquiatria e a psicologia. A importância dessa constatação está na possibilidade de permitir ao clínico realizar diferenciações diagnósticas visando a direção do tratamento em psicanálise. Destacamos dessa experiência de tratamento aquilo que permite escrever o modo como o outro lida com a linguagem, ou seja, a posição do sujeito partindo de um diagnóstico estrutural. Diante das questões colocadas, o interesse de nosso percurso foi o de explorar nos ensinamentos de Freud a sua descoberta sobre a linguagem, isto é, essa outra abordagem “da-língua”, lalangue, cujo sentido veio à luz da retomada por Lacan, para pensarmos sobre os padecimentos, em particular do começo da vida. A linguagem é um campo em que se estabelece a relação do sujeito com o Outro, com a falta e com o gozo e promove à fala a assunção de sua função significante. Nesse campo de experiências, percebemos que a linguagem pode afetar de um modo imprevisível crianças cuja sensibilidade as escreve de um modo singular nas suas relações com os outros, as situações ou as coisas do mundo. Como forma de ilustração, trouxemos para análise o caso Dick de Melanie Klein e a importante discussão realizada por Lacan no início do seu ensino. Além disso, trabalhamos a especificidade da voz como uma das formas de objeto a, ou seja, como objeto pulsional pensando em como ela incide no corpo do autista, passando pelos estudos sobre o timbre até chegarmos à indagação sobre a escuta e a fala de crianças autistas. As últimas formulações lacanianas sobre a linguagem em sua dimensão real, simbólica e imaginária a partir da “Teoria dos Nós”, pela topologia, permitiu avançarmos em nossas considerações sobre a clínica do(s) autismo(s). Concluímos que ainda existem problemas, impasses e desafios que persistem, possibilitando pensarmos melhor sobre um diagnóstico estrutural à luz da Psicanálise. Esperamos que os resultados desta pesquisa tragam contribuições às reflexões de profissionais de diversas áreas e possibilidades de tratamento e intervenção que considerem o cuidado com a singularidade de cada criança autista.

Palavras-chave: Psicanálise; Linguagem; Autismo; Voz

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